Any Gabrielly é uma das maiores surfistas de sua geração, levando consigo incontáveis títulos no ramo. Quando convencida a ter paz e sossego em mais um verão de sua vida, Any não esperava, mas a chegada de seu novo treinador causa intensas emoções...
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Meu peito pulsava numa velocidade preocupante. A garganta seca pelo nervosismo e a mente longe de algo referente ao planeta a qual eu vivia, me davam a pequena demostração de que o desespero é algo terrível! Meu consciente era a perfeita definição de nervosismo e ansiedade, causando calafrios pelo meu corpo dos pés à cabeça. Emocionalmente falando, eu estava bastante alterada, mas, não a ponto de ser algo preocupante.
Fitando com atenção as laterais do meu campo de visão, eu traçava o caminho reto, estando inerte e esperançosa a cada passo dado. Presto bastante atenção nos números dos quartos daquele corredor no imenso hospital na esperança de me acalmar aos poucos.
Os últimos passos me fizeram chegar à frente do quarto bem iluminado com a porta escancarada. No meio tempo em que processo todo o caminho que fiz ao parar o corpo, suspirei mordendo o lábio com força e ponho apenas a cabeça para dentro lentamente.
O ambiente já conhecido por mim, era tingido por cores totalmente sem graça alguma. Mas, de qualquer forma, tenho certeza de que quem dorme ali nem percebe o quão enjoativo pode parecer aos olhos o contraste das colorações com as paredes.
Bato a costa do dedo na madeira branca e gelada, tendo diversos pares de olhares singelos voltados para mim logo após.
- Any! - A voz infantil do garoto deitado na cama mais próxima a porta ecoa pelo ambiente morbidamente silencioso.
Meu peito dispara ainda mais quando recebo um sorriso gigante e, dessa forma, eu me derreto completamente. Os bracinhos abertos convidam-me para um abraço e eu não hesito em retribuir o gesto com alegria seguindo em sua direção.
- Oi amor! - Lhe saúdo da forma mais delicada que eu consigo.
Após sorrir, permaneci em silêncio até que tivesse o garoto em torno do meu abraço e, magicamente, tudo o que me sufocava sumiu por completo. O sufoco dos dias anteriores; o medo de não ter a perfeição na palma das mãos, tudo simplesmente sumiu com tanta leveza que fiquei aérea por segundos.
Jake - a qual eu abraçava com força -, é uma das pessoas mais fortes que eu conheço e, mesmo não tendo tantas experiências com a vida pela idade, ele era um grande guerreiro na batalha entre o câncer e a vida. O gladiador mais forte, tal qual ensinava-me a ser assim, ser como ele. Enquanto transmitia a calma e paciência que eu tanto precisava, tudo se tornava minúsculo perto de sua jornada, tanto é que, parecia egoísmo pensar em coisas difíceis na minha vida perto dele.
Ele ensinava-me que, por mais que suas guerras sejam aparentemente grandes demais, lute-as sem reclamar. Lutas são constantes em nossas vidas por causa de algo específico, a força e a coragem. Afinal, o que seria de um grande vencedor sem suas guerras para ganhar?
- O que faz aqui? - A voz sai abafada por conta dos nossos corpos grudados.
Ele era tão sensível e pequeno que quase desaparecia em junção ao meu corpo através do abraço. Os bracinhos gelados e pálidos estavam alegres, expressando da forma mais carinhosa o sentimento que ele sentia agora ao fazer leves carícias nas minhas costas.
