24 | Navegando pelo passado

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Para todas as estrelas que tiveram seus sonhos interrompidos por atitudes maldosas; para aquelas que viram o próprio brilho perder o fulgor, e para todas que até hoje tentam reconstituir a força e equilíbrio, mesmo o mundo sendo o mais difícil possível.

Eu as entendo e afirmo: a culpa nunca foi ou será sua!

Os objetos destroçados no chão continuavam no mesmo lugar, da mesma maneira que eu me recordava, sem mudança nenhuma de ângulo ou até mesmo luz

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Os objetos destroçados no chão continuavam no mesmo lugar, da mesma maneira que eu me recordava, sem mudança nenhuma de ângulo ou até mesmo luz. Com a intensidade de certeza sobre o realismo que a cena tinha, cada emoção sentida é outra vez trazia a vida como fênix, um nível ainda mais forte que anteriormente. Meu corpo contra o chão gelado não se movia nem minimamente por apenas puro cansaço, após me destruir internamente, levar de mim tudo o que podia e muito mais que isso, as minhas forças também estavam sendo sugadas para o garoto em cima de mim. Meus braços doíam, os mesmos também estavam mobilizados apenas pela pressão excessiva da força que noah em cima de mim tinha, na tentativa gloriosa de me deixar o mais quieta possível.

Ele sempre conseguia me deixar quieta, sempre conseguia me calar os gritos, sempre usava a força braçal para isso.

A dor não era física, porém existia sim em vários pontos de minha estatura, órgãos afetados e peito estremecido pela agonia. Tinha pouca consciência, mas recordava de que havia perdido para ele nessa guerra repetitiva por muito menos que isso, não só uma, como repetidas vezes.

Era um sonho, mas era exatamente igual ao que eu mais temia como lembrança.

Não importavam meus gritos, as vezes que chacoalhei com toda a força que me restara, meus braços e pernas a fim de um arrego momentâneo que me fizesse sair debaixo de Noah. Nada funcionava, nada tirava dele o instinto assustador de possessão excessiva. Eu estava sem ar, sentia a lateral do meu rosto arder e seus olhos continuavam fixos aos meus enquanto em lágrimas eu implorava por clemência, sentindo o sangue jorrar e ardência de cortes superficiais em meu rosto serem a causa de vários cacos de vidro estarem sujos pelo chão.

Era mármore. Lembro muito bem. Mármore maciço com meu sangue espalhado por todo ele. O cheiro de flores quase inotável, exalava do jarro de plantas que sua mãe pôs mais cedo, antes de sair para o mercado, antes de me deixar sozinha, antes de me fazer estar naquele estado. Ela poderia controlar ele, eu sei. Mas, estávamos apenas nós, tendo a separação precisa que meu medo causava.

Eu tinha uma relação drasticamente confusa com Urrea, por jurar desde os meus 10 anos de idade que Urrea era meu verdadeiro amor para toda a eternidade e por precisar de sua aprovação para existir. Desvencilhar os pés me trouxe até aqui, confiar demais nele me trouxe até esse mesmo chão gelado de mármore. Tudo após a suspeita de uma traição que nunca chegou a existir.

Tudo era igual.

O cano da arma ainda tinha a mesma pressão exata para fazer a minha pele latejar, deixando em evidência total meu desespero cada vez mais crescente. Noah vai fundo em querer me desestabilizar, por o mesmo ser meu ponto fraco. Ele sabia que se caso não conseguisse me afastar acertando meu rosto várias vezes e mesmo assim não receber um pedido de perdão, poderia usá-lo contra mim. E, com isso, sua mão suspendeu o material e o levou até a lateral de sua cabeça, engulo seco, peço para que ele pare, mas tudo o que o rapaz faz é gargalhar.

Waves Of Love | BeauanyOnde histórias criam vida. Descubra agora