09 | De volta à superfície

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À cada passada do pincel com um pouco de tinta, eu tentava memorizar melhor o resultado final do processo em minha mente

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À cada passada do pincel com um pouco de tinta, eu tentava memorizar melhor o resultado final do processo em minha mente. Céus, minha forma de expressar os sentimentos era tão confusa, que eu via claramente isso na tela à minha frente. As pinceladas livres pareciam estressadas em alguns certos pontos ou momentos, mas era algo que emanava de mim, de dentro para fora e, aquilo era extremamente bom em questão a leveza sentida.

A paciência e calmaria a qual eu cogitava a certeza de sempre ter comigo, simplesmente sumiu, dando-me total acesso a consciência de que Any Gabrielly é tão estressada quanto um vulcão pré-histórico recém acordado. A combustão misturava-se ao engasgo por conta das palavras guardadas e eu não consegui aguentar tanto a pressão feita por meu próprio congênito medíocre. Essas últimas semanas foram uma completa prova de fogo que certificaram para mim, a verdadeira certeza de eu ser alguém a qual eu nunca pensei que fosse. Tudo isso, toda essa falta de equilíbrio e a raiva agregada ao sentimento de ódio, por causa de um cara altamente desconhecido por tudo ou todos. minha paciência era roubada por alguém com um complexo de Deus, tão impulsionante quanto um jogo que vale a sua vida ou tão instigante quanto infligir diversas leis.

Ele me deixa completamente maluca!

Nunca em mil anos imaginei o quanto a presença, olhares, gestos e tom de voz enjoativa de alguém me deixariam tão dissimulada, tão quanto, nunca pensei que Ele me afetaria em tal proporção elevada. Por isso, outra vez, sinto a imensa vontade de explodir-me a cabeça, como sinto a imensa vontade de pisotear toda a presunção que ele tinha assim que o visse à minha frente. A ironia, ela quem tanto me causava dores na cabeça. Sem falar de seus olhares. Aquelas íris azuis recaiam sobre mim quando estávamos nos treinos como se julgassem-me o tempo inteiro, expressando da melhor forma o quanto ele quer que eu melhore por puro capricho da sua superioridade, apenas para inflar ainda mais seu ego e mostrar meu verdadeiro nível na imensa escada da vida.

Isso é deplorável, detestável, horripilante...
Na verdade, é tantas coisas com um único sinônimo, o mais ruim de todos que a linguagem pode oferecer. E, por incrível que pareça, quase posso ouvir sua voz me afirmar isso na maioria das vezes, assumir que eu sou péssima ou não mereço estar na equipe. Seu silêncio reverbera tudo dentro de mim, põe todos meus extintos em total aguço apenas por respirar perto da minha pessoa.

Cravada em minha mente, a noite passada junto aos pensamentos que delimitavam-na, tiraram-me o sono em completo furto detestável. E, outra vez, ele conseguiu me deixar acordada uma noite inteira fazendo mínimas coisas, ou melhor, fazendo nada. Vê-lo tão próximo e na defensiva foi algo novo que certamente me causou certos suspiros pesados por horas durante a madrugada, alertando novos pensamentos e estratégias para que eu pudesse pôr um fim em tudo isso, novas artimanhas e um novo passatempo preocupante: irritá-lo ou falar contra seus lábios.

Todavia, em todas as vezes que minha mente mostrava-se eu fazendo isso, todas elas tinham uma expressão neutra detestável bem diante dos meus olhos fechados. Mas, porra, é irritante não poder arrancar algo de sua parte. O Beauchamp sempre age com seriedade, não dando brechas para conversas e descobertas minhas, nem ao menos uma expressão diferente. Contudo, isso faz parte de sua personalidade. Eu acho. E, porra, como isso é castigante!

Waves Of Love | BeauanyOnde histórias criam vida. Descubra agora