Waves Of Love | Beauany

Capítulo especial

O capítulo em si tem o intuito de agradecer a vocês pelo ano incrivel que se encerra e é um conto a parte da história, algo que foi elaborado para o contexto do natal e não faz parte do enredo verdadeiro de WOL!

Porém, espero que gostem e matem a saudades de terem os dois surfistas mais apaixonados do mundo num clima levinho, congelante e natalino.

Boa leitura!

— Tem certeza que vocês ficarão bem? — A pergunta de Heyoon surrupiou meus pensamentos preocupados, embora todo o barulho do aeroporto em si já fizesse isso uma dezena de vezes, momentos mais cedo.

A verdade é que eu não sei se ficaria bem, estava presa num transe incertezas inevitável e isso me assustava minimamente. Aos poucos eu tentava manter minha confiança intacta, mas, a cota de força de vontade dentro de mim havia se esgotado desde o momento que o cansaço me venceu por completo e a inconsciência milagrosamente deu impulsos ao meu corpo para que eu reagisse conforme os acontecimentos necessitavam.

Contextualizando... Até então, estávamos todos presos ali no aeroporto há tantas horas que eu pude tirar um cochilo nos bancos hiper desconfortáveis do ambiente. A verdade é que, isso não era para estar acontecendo. Eu deveria estar agora na minha cama, comentando com as minhas amigas o quanto foi difícil vencer aquela última etapa da competição ou talvez apenas relaxando meu corpo devidamente sem preocupação alguma. Entretanto, por causa de alguma mudança nas escalas dos nossos voos de volta ao Havaí, a companhia aérea mudou o percurso do trajeto por puro descuido e, para redimir-se de seu erro brutal, nos deu a chance de fazermos conexão do aeroporto de Manhattan até o de Honolulu num voo comercial.

O que não nos pegou de surpresa foi que, estamos na época das festividades de fim de ano, e o turismo para o Havaí triplica por conta da demanda de famílias a fim de curtir os últimos dias de sol do ano em um lugar adequado para isso. Ou seja, o voo o qual iríamos estava lotado, mas haviam mais duas vagas no próximo... Daqui 48 horas.

Houve um grande momento de silêncio, quando descobrimos dois de nós teríamos que ficar ali, no aeroporto, durante todo o feriado, até que os aviões voltassem a transitar no céu. Me ofereci para ficar sem muitos rodeios.

Principalmente após Josh ter dito em primeira mão que a vaga do próximo voo da noite não seria ocupada por ele. Logo calculei todos os minutos que passaríamos juntos, embora as condições fossem irritantemente precárias. Eu apenas quis estar mais tempo com ele, estar com ele na bonança e na pindaíba.

— Tenho certeza absoluta. Ah, e eu prometo não enfiar um desses aviões na garganta de Josh durante essas 48 horas — contei fazendo a coreana rir sem esforço algum.

Olhei para o lado e lá estava ele, analisando nossas malas juntas com um certo olhar de preocupação. Tudo de mais sufocante que havia em mim se desfaz, mesmo a circunstância do momento sendo uma confusão completa, ter em Josh o apoio que eu precisava fazia todo o emaranhado de problemas sumir.

Nossos olhares se conectam num curto período de tempo, suas íris azuis esmiúçam-me com doçura. Naquele dia, como nunca antes, vi as nuances de seus olhos beirando o tom mais claro e límpido do tom que elas normalmente têm. Um sorriso simples no canto de seus lábios me fisga o cansaço, roubando todo o ar e tensão existente dentro de mim.

— Nós dois vamos ficar bem, não se preocupe — com seriedade, afirmei ao fim do suspiro.

Um minuto seguinte, de silêncio completo e muitas trocas de olhares, Heyoon me puxa para um abraço caloroso, transmitindo toda a energia positiva que ela tinha dentro de si naquela ação. Aquele foi o primeiro ato antes de uma sessão longa  de apertos, até que as garotas estivessem caminhando apressadas e juntas ao portão de embarque. Parcialmente, enquanto cada passo delas era efetuado, senti uma parte pequena do meu coração indo junto. Contudo, existia uma fração gigantesca de meu amor abraçando a mim com força. Acreditei que, todo o meu coração estava ali, parado ao meu lado sorri.