18 | Unanimidade sobre confusões

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Anos de tantas pancadas da vida se tornaram meras cicatrizes conforme o passar dos anos

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Anos de tantas pancadas da vida se tornaram meras cicatrizes conforme o passar dos anos. Distúrbios totais entre família, carreira, minha própria mente e amizades, foram pontos cruciais para uma real versão de tudo aquilo que eu guardava em meu interior para assomar esse alguém que hoje eu sou. Acontece que, na vida de todos os que vivem abaixo do brilho solar, problemas são frequentes e o preparatório para isso é também um ponto formidável que precisa de preparamentos, desde físicos e principalmente psicológicos.

O único contraste forte em questão, é o fato de que as cicatrizes do passado pareciam estarem tendo novamente a crosta de sangue seco e sendo puxada brutalmente nesses últimos dias até aqui. Algo dizia que aquilo era errado, cada pulsação forte, cada gesto, cada instante de descontrole. Contudo, os gritos da consciência silenciavam-se com toda a composição de caos evidente por nome: Any Gabrielly. Eu realmente não fui preparado para lidar com algo que confronta totalmente meus preceitos, minhas prioridades e meu simples jeito de agir com a vida, fazendo-a conforme meu querer.

E, porra, como explicar o quão atrativa aquela mulher se tornava quando debatia comigo ou fazia da minha superioridade nada aos seus pés?

Era esse o motivo que eu me negava a acreditar, pois sempre que voltava os pensamentos à surfista, tornava-me a mente em traçados labirínticos que no final de tudo, eram os únicos caminhos no deserto total da minha alma.

Tê-la tão perto demais nos últimos dias era a causa maior disso e, com certeza toda essa ocasião junto a viagem me deixou conturbado num mar assombroso de muitas coisas juntas em uma só. Outra vez, pisar no meu orgulho apenas por seu bem-estar me fez sentir o maior tolo do mundo. E, pensar nisso me deixava péssimo demais.

No mínimo que a conheço, sei que o bastante seria eu vociferar isso em frente ao seu rosto enquanto olhava seus olhos, para o ego da mesma esticar-se ainda mais. Por isso, me afogar nos meus próprios segredos era o melhor a se fazer agora. Castigante como o calor, sufocante quanto abraços, as duas coisas entre bom ou ruim se dividiam em caminhos diferentes me deixando com as mãos atadas sem opções melhores.

Eu estava confuso com tudo em relação a ela e, entender que possivelmente algo além da raiva crescia me inquietou de diversas formas. O perigo acenava para mim com um sorriso largo, senso assim, o mais assustador possível. Abrangia-se da forma mais instigante no meu campo de visão, o perigo tinha olhos escuros, belos cachos na cabeça e reclamava demais. O perigo era ela, e eu estava a um passo de ordenar aos quatro ventos que soprassem de forma leve quando ela passasse, pois, Any estava sendo a minha maior mistura perfeita e complicada de confusão.

A distinção de ter nenhum apreço por sua pessoa no início de tudo, agora me parecia tão incrível. No começo tudo tinha uma sensação boa, uma leveza em ser odiado e temido por sua pessoa. Isso era algo que eu queria sentir outra vez. Voltar atrás nas minhas próprias palavras, ajudá-la e requerer sempre o bem e ter o ódio em contribuição foi uma das piores coisas já feitas por mim. Eu não conseguia lidar com isso. Any Gabrielly parecia parasita em minha mente ao herdar com glória tudo naquele espaço antes oco e sem forma.

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