Nas semanas seguintes ao acontecimento do - quase beijo - Type resolve que iria focar no que realmente interessava, a sua própria vida e a luta por ela. Than, no entanto, agia normalmente como se nada tivesse acontecido. Como se não tivesse recusado ou impedido o quase beijo dos dois.
Ty, não sabia dizer se estava feliz com a atitude dele ou se estava frustrado, como todos os sinais negados por ele indicava. Não era de correr atrás de ninguém, nunca foi, então no que mudaria agora? Sempre soube como resolver situações assim, apenas ignorava, simplesmente parava de se importar com o tempo e isso era definitivo. Uma das qualidades suas que mais admirava, a de deixar, facilmente, coisas para o escanteio.
Mas não dessa vez, não agora, não quando mais precisava do seu bom senso. Porque toda vez que olha pra Tharn, seu corpo vai junto na direção dele, como se fosse impossível esquecer sua existência, da companhia, do cheiro, do jeito e até mesmo do beijo concretizado há duas semanas atrás.
Como posso me lembrar do gosto?
Não conseguia, por mais que tentasse, e tentava bastante, tirar os olhos do garoto. Tinha que se controlar ao máximo para manter as mãos longe dele. E ele não coopera. Than não favorecia o lado de Ty e estava sempre muito perto dele, até poderia ser por motivos óbvios, mas o corpo de Type não se contentava com lógicas, estava sempre buscando encantamentos naquilo.
O famoso trouxa.
Mesmo estando o tempo todo perto, Than mantinha distância física, mais que antes e antes já era uma tortura incompreendida por Type. Agora então, estava mergulhando em confusão e vontades que nunca seriam levadas a sério pelo mesmo.
Porque é idiotice! Porque eu estou delirando.
Talvez estivesse mesmo, mas a cada vez que via o garoto desleixado nas suas roupas de sempre, o coração batia forte no peito. As mãos suavam, um aperto bom e doloroso subia à garganta e o corpo aquecia. Mas era o máximo que Type poderia não negar, era a única prova incontestável de que estava sentindo algo pelo demônio e que negaria até o fim.
Seu corpo e todas as sensações que Than lhe causava, era a única prova de que não estava alucinando.
É possível que dois meses e meio perto dele tenha me deixado maluco? Sim, perfeitamente possível. E essa é a única resposta pra tudo isso e a única que ele quer ouvir também. Se negava, mesmo que soubesse, os efeitos que o outro lhe causava.
Afinal, era claro para si que Than estava se afastando, obviamente para deixar as coisas claras como cristal: não quero me envolver com você, porque essa não é a minha missão.
Mesmo que não tenha dito, para Ty, era bem mais que claro. E entendia, de verdade. Sabia que não poderia agir como um adolescente cheio de hormônios, pronto para sair por aí beijando e se agarrando com ele. Não é um jogo, não é uma brincadeira, não é o que precisam agora. Aponta Type, olhando de esgueira para Tharn, enquanto o mesmo tenta mexer no seu aparelho novo.
- Isso não funciona. - A voz rouca e frustrada agita o sangue de Ty, que morde os lábios inconformado com sua postura e estende a mão para pegar o celular das de Than. Engole a seco quando sente o toque quente dos dedos dele. Desde que se revelou, Than pareceu estar mais solto, sem se preocupar em esconder pequenos detalhes sobre si.
E já queimei a mão por causa disso, mas ok. Acho que às vezes ele esquece.
- Pronto, agora é só adicionar. - Devolve o celular nas mãos do garoto confuso, após digitar o próprio número nele.
Tharn estava há minutos tentando encontrar as funções adequadas do celular para adicionar o número de Ty, sem que o mesmo ajudasse. Mas o tempo estava passando e a paciência de Type também. Os dois estavam esperando o horário de irem para o bar.
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My Body, Your Soul (MewGulf-TharnType)
ParanormalTudo que sou Nunca poderei ser sem ser você Pois Somos tudo que nunca fomos sozinhos Uma parte de nós Construída sem nossa permissão Somos um conjunto que nunca poderá coexistir Éramos pra ser? Também disponível no *Spirit Fanfic*