Capítulo 28

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6 meses depois...

6 meses se passaram e hoje seria o julgamento do Bebeto.

Todos estávamos apreensivos pois sabíamos que ele pegaria uma pena, porém, de quanto seria essa pena? 

Como Lara não estava com cabeça para defender e argumentar para o próprio marido, ela pediu para o pai, que além de mais experiente, sabia contornar muito bem a situação. 

No fórum já estava eu, Lara e Eduardo, já que minha mãe ficou com Lorenzo em casa. 

-Estou tensa. -Comentei quase roendo as unhas. 

-Calma, gente. -Meu padrasto pediu. -Vai dar tudo certo, precisamos confiar no pai da Lara. 

Após sua fala, meu olhar caiu no meu irmão, que chegava sendo empurrando por um policial. 

Meus olhos se encheram de lágrimas nesse momento. 

Eu estava com saudade dele, desde que se entregou a polícia, não tinha visto nada dele. 

Foi um pedido dele, para ninguém chegar perto da penitenciária, que lá não era nosso lugar, ou seja, tinham meses que não víamos ele. 

E como ele estava diferente.  

Estava mais magro e sua barba estava por fazer. 

-Meu Deus, como esse lugar muda as pessoas. -Eduardo comentou também encarando Bebeto. 

Quando meu irmão percebeu que estávamos no local, sua pose durona fraquejou por um minuto, mas ele se segurou. 

Foi colocado na frente do juiz e assim começou a audiência. 

O caso dele era complicado, já que era um foragido. 

Bebeto era acusado de diversos crimes de drogas e homicídios, fora o homicídio dos policiais, o que pesava ainda mais. 

A cada palavra que falavam, era um nervoso diferente, eu sabia que meu irmão fazia aquilo e isso me doía ainda mais. 

-Senhor Alberto, o que tem a falar sobre tudo? -O juiz questionou. 

-Eu tenho culpa no cartório, não vou mentir pro senhor, mas quero mudar de verdade -Meu irmão suspirou. -Tem coisa que fiz que foi por pura defesa, era eu ou ele. 

-Por exemplo...? 

-Os policiais que matei, eles mataram meu irmão e iam me matar também. -Essa voz saiu de forma sofrida. -Só fui mais rápido. 

-Seu bandido de merda, ele estava fazendo o trabalho dele, matando vermes como seu irmão! -Um promotor falou alto fazendo meu irmão o encarar raivoso. 

Querido, você não falou isso. Pensei. 

-Como é? -O juiz falou olhando em minha direção. Ops, acho que não só pensei. -Falou algo, senhorita? 

-É isso mesmo. -Me levantei. -Ele é um idiota e não sabe o que está falando. 

-Lívia, cala a boca! -Ouvi a voz do meu irmão, mas ele não me encarava. 

-É, marmita de bandido, cala a boca. -O tal promotor ironizou. 

-Marmita de bandido é você! -Apontei na direção do cara. 

-Lívia, pelo amor de Deus. -Minha cunhada tentou me puxar. 

-Me respeita. -Falei ignorando Lara. -Não é porquê você é promotor, que pode falar assim com um réu ou com algum familiar do mesmo. 

-Olha, ela sabe falar bonito... -Ele revirou os olhos. -Veja, meritíssimo, a marmita do bandido acha que tem alguma voz nesse lugar.

-Sei dar soco na cara também, quer sentir? -Falei saindo meu lugar, mas fui parada por um policial. 

Da Boca 『L7NNON』Onde histórias criam vida. Descubra agora