Narrador POV
Do outro lado da comunidade, Lennon, Milena e Ester, mãe de Lívia, andavam de um lado para o outro desesperados.
-Isso é tão desesperador. -A mãe falava. -Ela está presa no próprio quarto, mas não posso vê-la!
-A senhora tentou falar com o Bebeto? -Milena a questionou enquanto roía a unha.
-Claro! -A mulher tratou de responder. -Mas ele não quis deixar eu vê-la de jeito nenhum e ainda tem um garoto na porta do quarto, ou seja, não consigo nem escapar.
-Até agora não entendi o que está acontecendo. -Lennon murmurou. -Alguém pode me explicar?
-O Didi foi preso e na hora que Lívia soube disso, foi atrás do Bebeto. -A amiga respondeu. -Só que, ela foi e não voltou.
-E do nada chegou lá em casa sendo arrastada pelo Bebeto. -Ester continuou.
-Mas por que? -O rapaz esbravejou. -Não tem lógica.
Por nem imaginarem o que havia acontecido, o nervosismo era maior ainda.
Eles até tentaram alguma coisa, mas não conseguiram muito.
Bebeto foi atrás de Didi e levou alguns vapores, ou seja, os que ficaram, não sabiam de nada.
Já no quarto de Lívia, a menina gemia a cada golpe que levava.
Sua testa sangrava, seu corpo doía e tinha certeza que havia quebrado um osso.
-Chega...
Ela murmurava enquanto se encolhia.
O vapor pisou mais algumas vezes na costela da menina e assim que terminou, limpou seu suor e suspirou.
-Trabalho realizado com sucesso. -Ele murmurou e em seguida saiu.
A menina gemia e se contorcia de dor. Ela estava acabada, por isso, não demorou muito pra desmaiar.
Horas depois...
O plano para resgatar Didi foi um sucesso, foi aquela famosa emboscada no caminho da penitenciária.
-O melhor sub desse morro voltou, família! -Didi anunciou no megafone da comunidade. -Nenhum x9 consegue me parar, quem vai parar é ele!
Os donos do morro se encararam e Bebeto concordou, fazendo Didi suspirar.
Bebeto havia falado com o sócio que Lívia estava envolvida com a polícia e o rapaz não acreditou muito.
Quer dizer, ele tinha suas dúvidas sobre a menina, porém quando acontece, a pessoa não acredita muito, né?
-Eu prendi ela no quarto, está lá desde ontem, podemos ir lá. -O chefe sugeriu fazendo com que Didi concordasse.
Quando chegaram na porta da casa de Lívia, bateram de frente com Lennon e Milena.
-O que estão fazendo aqui? -Bebeto questionou.
-Viemos ver a tia, ela está bem mal. -Milena respondeu meio nervosa. -O que você fez com minha amiga?
-Nada. -Ele respondeu fazendo os dois amigos respirarem aliviados. - Ainda...
E ai o clima só piorou.
Os quatros entraram na casa e encontraram dona Ester sentada no sofá, enquanto era amparada pelo namorado.
-Boa tarde, pessoal! -Bebeto debochou.
Os dois sentados no sofá encararam o rapaz e a mãe da menina se levantou.
-Eu quero ver minha filha! -Decretou chorosa. -O que você está fazendo é um absurdo!
-É mesmo? E o que sua filhinha fez foi o que?
-Mas o que ela fez?! -O namorado de Ester questionou.
-Ela foi X9, explanou nosso querido amigo pra polícia. -Respondeu apontando para Didi.
-O quê? -Os quatros soltaram a voz.
-Isso é impossível. -Ester murmurou. -Tem alguma coisa estranha...
-Claro que tem! -Milena esbravejou. -Como tu chegou nessa conclusão?
-Um confidente me falou. -Bebeto respondeu cruzando os braços.
Lennon pensou um pouco e logo uma lâmpada se acendeu em sua cabeça.
E se fosse o que ele estava pensando, não se seguraria.
-Ele te falou o que? -Lennon começou a falar. -Que viu a menina saindo de um escritório de investigador?
-Isso ai. -O chefe respondeu. -Como tu sabe disso? Tá envolvido também?
O menino não o respondeu respirou fundo, tentando se controlar.
Bebeto havia uma bela cagada.
-Você é um idiota! -Lennon esbravejou, fazendo com que todos o encarasse surpresos. -Ela foi fazer um pedido para um investigador, eu estava lá, estou de prova!
-Pedido para me prender, isso sim. -Didi, que estava apenas observando, falou alto.
-Claro que não, mano! -O menino retrucou. -A investigação tem a ver com vocês, não nego, mas é uma história familiar.
Após sua fala, Ester colocou a mão na cabeça já entendendo tudo.
-Meu Deus, não. -Seu choro apertou. -Não acredito nisso.
-O que foi, meu bem? -Eduardo amparou a namorada, que se sentava no sofá.
Não saiu uma palavra da moça, apenas lágrimas eram vistas.
A sala estava em completo silêncio e ninguém entendia nada, até que Magrão, o vapor que fazia a segurança, desceu as escadas correndo.
-Tia, pelo amor... -Ele paralisou ao ver seus chefes. -Que bom que está aqui!
-O que foi, garoto? -Bebeto se alertou.
-Acho que a Pati está morta...
Nenhuma palavra foi dita.
Todos estavam em puro choque.
Mas o primeiro que correu escadas acima foi Lennon, isso deu um sinal verde pros outros.
Ao chegar no quarto, se desesperou ao ver a amada jogada no chão.
A menina estava toda roxa, tinha sangue seco pelo corpo e não estava mais presa.
-Lili? -O rapaz pegou sua cabeça e colocou em seu colo. -Lili, acorda, pelo amor de Deus.
Ele pedia enquanto passava a mão em seu rosto.
A mãe da menina, que já estava nervosa, se desesperou ainda mais.
-Filha, pelo amor de Deus, não me deixa! -A mãe gritava desesperada.
-Quem fez isso? -Didi se direcionou para Magrão.
-Agora isso não importa! -Milena declarou pegando seu celular. -Eu vou chamar uma ambulância.
Depois de longos minutos de espera, a ambulância chegou e ali mesmo começou os primeiros socorros.
-Ela está respirando? -Bebeto perguntou para a médica.
-Sim, a saturação dela está baixa, temos que levá-la pro hospital agora. -Ela falou enquanto ajustava a prancha na menor. -Podem levar.
E assim levaram Lívia para a ambulância.
Ao passar por Bebeto, apesar de tudo, seu coração se apertou e ele quis chorar.
Ele iria virar esse morro de cabeça pra baixo pra achar quem havia feito isso com sua Pati.
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Da Boca 『L7NNON』
Storie d'amoreVem cá, deixa eu entender um pouco mais Linda, quanto tempo faz Que você tá nessa vida louca? Vou roubar tua boca Dessa vez eu não devolvo mais