Capítulo 7

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Eu ainda estava travada. 

Queria sair daqui agora. 

Se eu pedir para sair, vai dar certo, né?

-Mas e se eu quiser sair? -Questionei me direcionando a Didi.

-Tá de sacanagem? -Ele riu e depois ficou sério. -Se depender de mim, você nunca sai dessa vida. Já era, patricinha...

Apertei meus olhos. Eu estava lascada. 

-E outra, eu vou mandar subirem o Bebeto, você vai cuidar dele. -Ele vociferou. 

-Enlouqueceu? Olha o estado dele. -Apontei pro nosso chefe. -Se sai daqui, ele morre. 

-Então cuida dele muito bem, se não você vai sofrer. 

Que ódio desse homem. 

Qual o problema dele? Ele deve ter enlouquecido. 

Primeiro, está me crucificando como se eu fosse o motivo do acontecido. Segundo, ele quer porque quer que eu tome conta das coisas. 

Deve estar louco de drogas. 

Suspirei me arrumando pra sair, precisava de água e ar. 

Mas assim que dei meu primeiro passo para a porta, Didi me parou. 

-Vai pra onde, fía? -Ele segurava meu braço. 

-Vou beber água, querido. -Debochei me soltando. -Vai me regrar até na água? Dá um tempo!

Eu estava pedindo pra tomar um, mas estava com tanta raiva dele, que as palavras apenas saíam. 

Saí do quarto tranquilamente, mas logo senti uma presença, revirei os olhos ao ver Sorriso. 

Didi pediu pra ele me seguir. Grande coisa. 

-Faz a segurança do Bebeto, Sorriso. -Falei pra ele. 

-Eu preciso fazer isso com você. 

Revirei os olhos mais uma vez e caminhei até o bebedouro, onde fiz o que tinha que fazer e depois de longos minutos, voltei para o quarto. 

Ao entrar, havia uma médica falando com Didi. 

-O senhor Alberto teve uma pequena evolução, acredito que não demorará para se recuperar. -Ela respondeu.

-Então vamos levá-lo para casa, vamos ter uma enfermeira particular. -O vice da comunidade me encarou.

-Mas ele pode? -Me direcionei a médica. 

-Poder, ele não pode. O estado dele foi crítico. -Ela respondeu. -Mas já sabendo o histórico dele, se é bom pra segurança de todos, façam o que acharem melhor.

Essa não era a resposta que eu queria, mas agora já era. 

É fazer o que tiver que fazer. 

                                                   Horas depois... 

Ficou marcado que no dia seguinte, bem cedo, Bebeto ia ser transferido para uma casa meio escondida e secreta no morro, ou seja, fui liberada para descansar pois teria muito trabalho pela frente, palavras de Didi. 

Eu estava cansada, não havia comido nada, não descansei, só fiquei no posto com os meninos. 

Caminhava pela rua me arrastando, praticamente, até que cheguei em casa. 

Minha mãe não havia chego em casa, então só tirei minha roupa e me enfiei em baixo do chuveiro. 

Eu estava tão cansada que apenas me sequei, botei uma calcinha, um blusão e me joguei na cama, onde eu logo me rendi ao sono. 

Da Boca 『L7NNON』Onde histórias criam vida. Descubra agora