10 anos depois...
-Mamãe, a Malu pegou meu boneco! -Ouvi a voz do meu filho mais velho, o Bernardo. -Ela botou ele sentado em uma mesa!
-Ele está tomando chá junto com o senhor e senhora Batata, seu chato! -Ouvi o grito da minha caçula em resposta.
-Eu não ligo pro seu chá, quero meu boneco. -Bernardo rebateu.
-Vida... -Murmurei afundando meu rosto no ombro do meu marido.
-Olha só, pra que a gritaria? -A voz dele saiu séria. -Quero os dois aqui!
De rabo de olho, vi os dois vindo em nossa direção e os dois pararam ao nosso lado.
Ao olhar os dois, sorri.
Eles eram a nossa misturinha.
Bernardo era muito parecido comigo fisicamente, mas a personalidade era toda do pai.
Já a Maria Luísa era a cara do Lennon, mas personalidade minha.
Ou seja, eram nossa misturinha.
Bernardo tinha acabado de fazer 9 anos e Malu tem 7 anos.
-Por que vocês estão brigando mesmo? -Questionei os dois pequenos.
-Mãe, a Malu pega meus bonecos pra deixar eles sentados em uma mesa com um monte de urso. -Meu filho respondeu bravo.
-Você é muito chato, Bernardo. -Malu rebateu.
-Vocês podem ficar 1 segundo sem brigar? -Lennon pediu. -Vocês não podem brincar juntos? São irmãos, né?
-Eu tento, pai. -Meu filho mais velho respondeu. -Mas ela é muito chata.
-Você também é! -A pequena respondeu brava.
-Ei, não se chamem assim. -Os repreendi enquanto me levantava. -Os dois são irmãos e devem estar sempre em união. Bê, ceda algum boneco pra sua irmã, você têm tantos. Malu, avise ao seu irmão que está pegando emprestado, ele pode querer brincar com a mesma coisa que você quer.
-Ou melhor, brinquem juntos. -Meu marido sugeriu. -Quando vocês eram mais novos, não brigavam assim.
-Porque ele não era chato igual hoje. -Malu implicou.
-Pode parar! -Lennon também a repreendeu. -Lembra a última vez que ficaram com essa implicância?
Os dois assentiram.
-Então pronto, se não quiserem, peçam desculpas um para o outro e parem de brigar!
Nossos filhos suspiraram e se encararam.
-Desculpa, Malu, eu deixo você brincar com o Toby.
-Desculpa eu também, Bê.
E assim eles se abraçaram.
Eles eram assim, brigavam e brigavam, mas se amavam como nenhum outro.
Era uma proteção absurda da parte do Bernardo com a irmã, chegava a ser engraçado.
Me surpreendi pela minha capacidade de ser uma boa mãe, no início, me sentia muito insegura, mas com o tempo fui aprendendo o jeitinho de cada um e assim fui evoluindo.
Óbvio que as vezes cometia um erro, não era perfeita, mas sempre tentava melhorar.
As crianças me ensinaram e ainda me ensinam muito, fico até surpresa.
Quando Bernardo nasceu, eu senti um amor surreal, acho que nunca amei tanto alguém como amo esse pequeno, até me perguntava se amaria tanto o segundo filho, caso ocorresse uma segunda gravidez.
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Da Boca 『L7NNON』
Storie d'amoreVem cá, deixa eu entender um pouco mais Linda, quanto tempo faz Que você tá nessa vida louca? Vou roubar tua boca Dessa vez eu não devolvo mais