Os segredos têm um custo.

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— Eu te fiz uma pergunta garoto. – Frank se aproxima de Noah segurando seus braços com uma certa força.

Ele estava assustado, mas sabia que não podia demonstrar isso pois iria entregar tudo. Varias desculpas passavam em sua mente, porém ele não conseguia formula-las direito. Muita pressão. Medo.

— E-eu... fui pegar meu iPad. – Seu pai o fitou curioso por não se lembrar de nenhum aparelho daqueles. — Tinha esquecido lá mês passado quando tive que ficar com você.

— De madrugada?

— Estive ocupado o dia todo...

— O que Leroy faz no chão?! – Um flashback de Josh o desmaiando passou em sua mente.

— Sabia que ele tem aquilo que eles chamam de... como é mesmo? An... paralisia do sono!

— Ah sério? E como quer que eu acredite nisso?

— Por acaso eu teria outro motivo pra ir até lá?

Frank deu dois passos para trás e cerrou os olhos encarando o filho de uma certa distância, como se estivesse o analisando. Noah não se mexia, apenas olhava seu pai com um nervosismo imenso e uma insegurança de ele acreditar em si.

— Noah, você anda muito estranho ultimamente. Está me escondendo algo?

— Todos temos segredos, pai. – Frank engoliu em seco. Deu indicio de que iria sair do quarto, mas acabou se virando para Noah.

— Saiba que eu não quero fazer mal a você, nunca quis.

Assim que seu pai saiu, ele foi correndo fechar a porta. Ficou pensando que agora ele não podia mais fazer brincadeiras e agir como se nada estivesse acontecendo. Poderia ser perigoso para ele. Noah precisava de ajuda para entender tudo isso. Pra sair de tudo isso. A única pessoa que poderia ajuda-lo é Josh. Um super-herói e também o garoto que ele gosta.


...



Josh decidiu acompanhar seu tio discretamente até a mercearia. Usando seu traje de Homem-Aranha, ele se pendurava pelos prédios seguindo o carro de seu tio Ben. O observou entrar na loja estando grudado a uma parede próxima. Seu tio parecia conhecer todos daquela cidade, cumprimentava cada um que ele via e deixava seu sorriso sincero por onde passava.

Quando ele saiu do estabelecimento, o sentido aranha do herói ativou. Sentiu que algo de ruim iria acontecer com seu tio. E do outro lado da rua, no telhado de um hotel, estava um homem deitado com um suporte de arma e a mesma apontada para o senhor saindo da loja.

O vigilante lançou sua teia até aquele hotel e se moveu até lá. Antes que o homem que usava um capuz preto e parecia bem mais alto do que o normal pudesse reagir, o herói deu um gancho de direita em seu rosto o fazendo ficar inconsciente. Sendo assim, abaixo de si. O seu tio pegou seu carro e foi para casa tranquilamente sem correr perigo algum e sem se preocupar de deixar as pessoas que se importam com ele.

— Josh! Josh acorda!

Os alunos da sala riam do loiro ao ser repreendido pela professora em frente a sua carteira gritando seu nome. Mais uma vez ele havia dormido no horário de aula. A única pessoa que não zombava dele era Noah que estava sentado a sua frente o olhando preocupado.

— Me desculpa professora... – Disse Josh se recompondo com a voz ainda sonolenta.

— Não é a primeira vez que isso acontece, e eu não posso deixar passar de novo. Pra diretoria.

Ele não queria discutir e nem valeria a pena se fizesse isso. Apenas obedeceu e saiu da sala seguindo para a diretoria. Noah o viu passar por ele e nem olhar em seu rosto.

My superhero - NOSHOnde histórias criam vida. Descubra agora