Você é mais forte do que pensa que é.

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Era quase noite, o sol estava se pondo. O Homem-Aranha se encontrava no cemitério no qual já havia estado antes. O tick tack em sua mente ecoava alto, mas só ele podia ouvir. O tempo estava passando, tia May estava morrendo e ele não podia desperdiçar nenhum segundo se quer.

Encima de uma das covas ele observava todo o lugar usando seus sentidos aprimorados. Numa dessas percebeu que o coveiro não estava dentro de sua casa. Sim, ele morava dentro do cemitério.

Foi até a casa para confirmar se ele não estava mesmo lá, e quando chegou, a porta pareceu destrancada. Entrou em passos leves, era uma casinha pequena e antiga para um senhor de idade que trabalha como coveiro, nada demais. Não bastou nada que mais dois passos e então o herói avistou acima de si um homem pendurado com uma corda sobre seu pescoço, e morto.

Não expressou nenhuma reação, apenas se culpou por mais uma vida ter sido tirada e ele não ter impedido. À esquerda dele tinha uma porta grande de madeira que estava coberta por uma estante velha com utensílios de cozinha, sem perder tempo ele chutou o lugar usando sua força e fez com que tudo estremecesse e a porta se despedaçasse dando lugar a uma trilha de escadas assustadoras até o subsolo.

Era bem óbvio que descendo aquelas escadas ele iria encontrar o esconderijo de Necro. E foi isso que fez. Desceu cuidadosamente estando em guarda até que viu uma grande luz verde vindo no final. Depois de andar por sobre a terra chegou no que parecia ser uma caverna, e o que ele viu era aterrorizante. No centro um altar dos tempos medievais ligado a outro igual ao seu lado. Em um estava seu tio, em carne e osso inconsciente. No outro tinha uma mulher que ele não sabia quem era. Nos dois altares haviam variáveis linhas de fumaças verdes que se conectavam com a terra acima da caverna, parecendo sugar magia dos mortos no cemitério.

— Extra Extra, não fique de fora dessa!

O Homem-Aranha se virou rapidamente quando escutou a voz psicótica do bruxo. Necro estava lá com seu sobretudo preto, cabelos negros penteados para trás, e uma maquiagem feita para o dia das bruxas como se estivesse fazendo um challenger no Instagram.

— Você é o garoto da festa! O pirata. — Necro cerrou os olhos confirmando.

— Quem?

— Não precisa fingir, eu te observei esse tempo todo, Josh. – Naquele momento ele travou o maxilar com raiva e cerrou os punhos. — Ei calma, garanto que vamos nos divertir. – O mágico disse esboçando aquele sorriso enorme com um toque de "vou te matar"

— Por que meu tio? Por que eu?

— Oh, você acha que eu quero ressuscitar o seu velho assim? Quem você acha que eu sou? – Colocou as mãos no peito fingindo indignação.

— Um cosplay barato do Drácula misturado com Snape de Harry Potter.

— Sua tia também acha isso?!

Em um impulso de raiva, o herói lançou uma teia na direção do homem de preto, mas o outro foi mais rápido e se teletransportou para trás dele numa fumaça verde. O tempo estava passando, ele precisava acabar com Necro agora mesmo para poder salvar sua tia.

— Vê essa linda mulher? – O bruxou se aproximou de um dos altares encantados onde estava uma mulher negra de cabelos castanhos inconsciente igual a tio Ben. Tinha a expressão tranquila como se nada a preocupasse. — Ela é o amor da minha vida. Desde que a perdi estou tentando trazê-la de volta. Seu tio é só a ponte para ela voltar a vida. Assim que conseguir fazer isso, ele morre novamente.

— Precisa de um sacríficio... – O vigilante disse pra si mesmo começando a entender os motivos de Necro. — Está usando meu tio de ponte por que se fizesse sua magia direto com ela... – Ele apontou para a mulher na qual o outro estava acariciando o rosto. — Você morre.

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