Está pronto pra bancar o Deus?

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Seus olhos se abriam lentamente e sua mente girava e girava. Se não estivesse amarrado a uma cadeira velha de madeira, iria cair no chão de tontura. Sua visão começou a embaçar, mas logo depois melhorando e Noah pode perceber o lugar onde estava. No quarto de seu pai, era grande e típico de todos os senhores ricos de Nova York.

Ele se debatia para tentar se soltar da cadeira, mas era quase impossível. A mordaça em sua boca o impedia de gritar por ajuda, seus braços amarrados para trás começavam a doer de ficarem pressionados naquela posição tão desconfortavelmente.

A porta do quarto se abriu e então surgiu um homem que Noah imediatamente reconheceu. Seus cabelos grisalhos e barba exageradamente juntos com a bagagem de barriga que ele tinha o fizeram se lembrar de um amigo de seu pai no qual saíam os finais de semana para pescar. Joe Gunman. Agora Noah não sabe se eles iam exatamente pescar.

— Lembra de mim garoto? Você era insuportável. – Ele percebeu que tudo era um teatro quando o homem fingia gostar dele. — Deve ser ainda, pra estar aqui.

Noah provavelmente estava xingando-o de vários nomes diferentes, mas tudo que Joe ouvia era gritos abafados e resmungos. De tanto fazer esforço, a testa de Noah suava. Ele queria sair dali sair daquela casa e nunca mais ver seu pai assassino de novo.

— Seu pai me disse pra não te matar, mas pra isso você precisa ser bonzinho. – Só naquele momento que o moreno percebeu que Joel tinha uma arma enorme em suas mãos. — Entendeu? – Não disse nada, apenas o encarou furioso. De repente Noah sentiu a mão pesada do homem bater no seu rosto em um tapa bem forte. — Eu fiz uma pergunta caralho! Puta merda, não posso te machucar... seu pai vai me matar...

Noah com o rosto virado para o chão suspirava fundo. Uma vontade de chorar surgiu. Deixou escapar uma lagrima de seu rosto, tanto por causa da dor quanto por estar naquela situação. Mas não se deixou desabar, pois precisava ser forte.

— Olha, eu só preciso que me diga o que você sabe? Está bem? – Joel disse aproximando dele e Noah sentiu repulso ao estar de frente com a aquela grande pança. Seu rosto estava completamente vermelho com o tapa, e também um pouco de raiva que guardava. Ele curvou a cabeça para o lado como se estivesse sendo óbvio. — Sim, claro.

Joel tirou a mordaça de Noah para que ele pudesse falar. E por incrível que pareça, ele não gritou desesperadamente por socorro. Desde o tapa, ele soube que Joel era impulsivo, então qualquer coisa que fizesse de ruim poderia faze-lo atirar em Noah ali mesmo sem pensar antes.

— Meu pai mandou você fazer isso? – Perguntou Noah com um tom de cansaço na voz.

— Ele é meu chefe, por favor não conta pra ele que eu te bati. Ele me disse pra não te machucar se não eu morria. Então precisa colaborar comigo para...

Encima da cama de Frank o celular de Noah começou a tocar novamente. Desde que Noah estava desacordado, o seu celular não parar de tocar e receber mensagens. Joel não ligava muito, mas agora aquilo estava incomodando.

— Eu vou atender, você vai dizer que foi pra outra cidade com seu pai e que está tudo bem.

O homem atendeu o celular e colocou no ouvido esquerdo de Noah. Com a outra mão ele segurava sua arma apontada para a cabeça do garoto apenas o assustando. Ele sentiu um arrepio por todo o corpo, ao mesmo tempo que estava tremendo, estava paralisado. Na escola não ensina como se comportar quando se tem uma arma apontada na sua cabeça.

— Oi... – Ele engoliu em seco, alternando os olhares entre Joel e ao centro do quarto. — Desculpa, eu fui pra outra cidade com meu pai. É, eu sei... desculpa de novo. Já estou voltando. O que? Tá tudo bem, tirando esse trânsito. O carro que tava do nosso lado quebrou e precisou chamar o reboque, atrasou mais ainda. Ele precisou de ajuda e eu acho que também preciso pra sair daqui. Tipo um milagre ou um super-herói, entende? Ok. tchau.

My superhero - NOSHOnde histórias criam vida. Descubra agora