My superhero - NOSH

Haverá dias escuros pela frente também.

Imediatamente os olhos azuis que agora eram verdes brilhantes de Josh se encheram de lágrimas ao ver seu falecido tio em sua frente. Não havia mais nada ao seu redor, ele não ouvia nada. Toda a sua atenção estava voltada a Tio Ben.

Ele sorria em lágrimas, mas ao mesmo tempo se questionava como aquilo era possível. Como ele poderia estar vendo uma pessoa que sabia que havia morrido na sua frente. Mas o rosto do homem relembrava a sua infância, os momentos que passaram juntos, as sessões de filmes antigos que assistiam juntos com um turbilhão de dor e tristeza quando recebeu a notícia de sua morte.

— Como... como isso é possível? – Sua voz falhava com o choro que descia por seu rosto.

— Me diz você, não era o que queria? – O outro a sua frente respondeu de maneira séria. Não expressava nenhum sentimento concreto.

— Pensei que estivesse morto...

Josh correu depressa na direção de seu tio e o abraçou fortemente. Afundou a cabeça em seu pescoço e se pôs a chorar ainda mais. Seus olhos estavam começando a ficar vermelhos, mas ele só não conseguia parar de chorar.

— Eu estou, acredite. Você poderia ter se esforçado mais pra fazer isso não acontecer.

— O-oque? – O loiro se soltou e ficou com um semblante de desentendido para o seu tio.

— Sim garoto, eu pedi para você ir comigo naquele dia e você disse que tinha que se preparar para uma visita da escola ao laboratório. Eu não era prioridade pra você, não é?

— Eu não sabia que aquilo ia acontecer... eu sinto muito. – Ben estava o culpando por sua morte na sua frente.

— Sentir muito não é o suficiente Joshua. Tudo aquilo podia ter sido evitado. – Tio Ben se comportava friamente, dava pequenos passos para frente aumentando o tom de voz a cada palavra. Josh estava assustado, não conseguindo processar tudo aquilo.

— Por quê está dizendo isso?

Era nítido o desgosto que o outro carregava no olhar. Toda aquela doçura e bondade não fazia mais parte dele. Josh não conseguia para de chorar, parar de se assustar, não conseguia parar de se sentir insuficiente.

Depois de tanto seu tio o encurralar ele acaba caindo no chão e se arrastando para trás temendo o homem. Seu tio era um de seus pontos fracos, ele não podia lutar contra aquilo, não tinha como. Era apenas uma criança frágil naquele momento se derramando em lágrimas.

— Você é minha decepção.

Bastou isso para o loiro congelar, sua respiração começou a falhar e então estava engasgando no próprio choro. Ele era uma decepção? Era isso que seu tio pensava dele? Era como se o mundo estivesse desabando sobre ele e ele não tinha forças para segurar. Se continuasse daquela maneira poderia se machucar tanto psicologicamente quanto fisicamente.

...

Noah voltava desnorteado de sua casa tentando entender o que havia acontecido lá. Do porque todas as coisas de seu pai sumiram e pareceu que houve um arrastão. Foi quando ele passou em frente à casa de Bailey, onde estaria acontecendo a festa de Halloween. Se impressionou com a decoração que estava muito boa, mas o que lhe chamou atenção foi ver Bailey do lado de fora deitado na grama.

Seus planos não erão passar por lá, mas assim que viu aquilo ficou curioso e foi até o garoto ver se ele estava bem ou só se estava bêbado fazendo coisas de bêbados.

— Ei cara, você tá legal? – Ele se abaixou perto de Bailey deitado e... cheirando a grama.

— Defina legal? Eu sou legal? – Parecia um robô dizendo aquilo.