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Vinnie's pov

Quando cheguei em casa, me deparei com meu pai sentado à bancada da cozinha e com uma bebida à sua frente. Assim que ele me viu, sorriu sínico e tomou um gole do líquido que restava no copo.

Fechei a porta atrás de mim, respirei fundo tentando me acalmar e segui até a escada para subir para o meu quarto.

- Volte aqui. - Ele disse com uma voz grossa.

Me virei o encarando. Andei vagamente até ele e parei do outro lada da bancada, de frente para ele.

- O quê? - Perguntei.

- Estive me perguntando Vincent, o que você esconde tanto no seu quarto... - O mais velho começou - e o por quê sempre tranca a porta quando sai.

Engoli em seco. Continuei fitando-o, pensando no que ele tentou fazer. Imaginando se ele conseguiu entrar no cômodo.

- Não tem nada para dizer? - Ele perguntou depois de um tempo me encarando com o mesmo sorriso ardiloso de sempre. Aquele sorriso que me dá nojo.

- Não. - Respondi.

- Bom... Pensei ter ouvido algo lá dentro quando passei pelo corredor hoje. - Ele continuou - Por um momento, pensei que fosse um rato, mas escutei um miado.

Meu coração acelerou. Só de pensar que ele pode ter escutado a Hera, entrado no meu quarto e a tirado de lá... Senti meu sangue ferver.

- Não temos um gato, temos? - Ele perguntou. Eu neguei com a cabeça. - Era o que eu imaginava. Mas pelo jeito eu me enganei.

- O que você quer dizer com isso? - Perguntei tentando manter a calma. Minha vontade agora era, subir para o meu quarto e ver se a Hera estava na caminha dela ou em cima da minha cama, quietinha, me esperando.

- Por acaso, sua porta quebrou. - Ele falou rindo. - Peguei na maçaneta e ela caiu para trás, acredita?

A imagem dele chutando a porta do meu quarto passou na minha cabeça. Minha raiva apenas aumentou.

- Quando entrei, uma gata pulou da sua cama e saiu pela varanda antes que eu pudesse pega-la. - O mais velho seguiu adiante. - E... pelas coisas espalhadas pelo quarto, ela parecia estar ali há algum tempo. O que você tem a me dizer sobre isso?

- Você não deveria ter entrado no meu quarto. - Respondi. - Não é da sua conta o que eu faço ou deixo de fazer. E sim, a gata é minha. Vai fazer o que sobre isso?

- Quem você acha que é pra falar assim comigo seu merdinha? - Ele falou se levantando e passando o braço pela bancada, deixando a garrafa de bebida vazia e o copo caírem no chão, fazendo um estardalhaço de vidros quebrando invadir a cozinha.

- Sou o caralho de um garoto que aguentou suas brigas, xingamentos e agressões por anos! - Respondi alterando a voz. - Não se preocupe, eu vou sair dessa casa. Você nunca mais vai me ver e não vai mais precisar "me sustentar". - Fiz aspas com as mãos. Ri da minha própria fala. - Sustentar? Não é essa a palavra que você sempre usa quando briga comigo? Mas você nunca fez isso! Eu sempre me sustentei sozinho, desde que precisei morar com você!

- Cala a boca! - Ele gritou batendo a mão na bancada.

- Não! Você não me chamou aqui pra brigar? Então agora você vai ouvir! - Gritei. - A única merda aqui é você! Só sabe beber e se drogar, é só isso que você sabe fazer desde que aquela mulher me abandonou com você! Se não me queria, por que não me largou na porta da casa de outra pessoa? Tenho certeza que teria me poupado muita saúde mental!

Os olhos dele estavam vermelhos, sua testa suava e suas mãos apertavam a bancada. Eu andava de um lado para o outro, respirando fundo e passando as mãos pelo meu cabelo.

- Você não imagina o mal que me fez! - Exclamei sentindo minha garganta travar. - Você não lembra das vezes que precisei fugir ou me esconder de você? Eu tenho traumas por sua culpa! Ansiedade e depressão me perseguem por sua culpa! - Parei por um momento e olhei para ele. - Ah espera um pouco... Você não sabia de nada disso, não é? Já que, foi eu quem precisei ir atrás de médicos e medicamentos! Se eu não tivesse cuidado de mim mesmo, eu já estaria morto!

Senti lágrimas caírem pelo meu rosto. As enxuguei rapidamente, ainda encarando o velho me olhando com raiva.

- Quantas vezes eu pensei em fugir? Muitas! - Continuei. - Às vezes penso, que eu deveria ter feito isso.

- Por que não foi embora então? Não teria me feito falta alguma. - Ele extravasou. - Preferia que você não tivesse nascido.

- Por que não usou a merda do preservativo então? - Perguntei.

Ele avançou na minha direção e meteu um soco do lado direito do meu rosto. Cambaliei para o lado com a mão no olho, sangue pingando na minha roupa. Mas antes dele cravar a mão na minha cara de novo, consegui revidar fazendo o velho tropeçar para trás.

Minhas vistas ficaram turvas, me encostei na bancada tentando raciocinar para onde era a porta, porém antes de conseguir fazer isso ele pegou na gola do meu moletom e me jogou no chão, me fazendo bater com a cabeça no piso de madeira.

Ele subiu em cima de mim, prestes a me encher de socos. Mas, alguém chegou e o empurrou para o lado e essa mesma pessoa me ajudou a levantar e a sair dali o mais rápido possível.

- Vamos Vinnie, rápido. - Ele falou. Sua voz parecia longe.

- Quem, o quê... - Coloquei a mão no meu rosto, o sangue continuava a sair.

- É o Jett, escutei os gritos da minha casa. Vem, vamos te ajudar com isso.

Senti uma moleza passar pelas minhas pernas quando finalmente entramos na casa do Ashford, ele me ajudou a ir até o sofá e parece que ali eu acabei apagando.

- 🤍 -

oioii amores como vocês estão? espero que bem :)
o vinnie é tão forte mds, lacrou e sambou na cara do pai dele nesse capítulo 😋
gente só para ressaltar que, eu não imagino o pai do vinnie nessa fic como o Nate, não consigo imagina-lo assim KKKKKK

não se esqueça de votar e comentar ❤️

beijos mf.

𝐃𝐀𝐃𝐃𝐘 𝐈𝐒𝐒𝐔𝐄𝐒 - ᵛⁱⁿⁿⁱᵉ ʰᵃᶜᵏᵉʳOnde histórias criam vida. Descubra agora