Singularity. - Taekook.

me esqueca, se for capaz.

Duas semanas depois.

Já estava um saco ter que se dedicar cem por cento do tempo aos estudos, virava o corredor do colégio com os braços carregados de livros de diversas cores e tamanhos em direção a biblioteca. Taehyung sabia que ali tinha todas coisas que poderiam cair na prova, só não compartilhava porque quando chegou sua vez ninguém o avisou. Na real, nem ele fazia ideia de como descobriu ótimas respostas para aprendizado em exatas naquele monte de apostilas e livros velhos. Tinham coisas ali que não havia na internet com tanto detalhes.

Colocou sobre o balcão para que a funcionária guardasse os materiais no local correto, afinal havia um lugar específico para cada livro, e ele não lembrava ao certo onde recolocar.

Antes de sair, lembrou de voltar a arrumar a mochila, mas deu de cara com Park Jimin que parecia atordoado e distante. Ele estava assim desde o término com a Jeon.

Engoliu seco, passando pelo rapaz em direção a porta de saída, mas sentiu seu pulso ser segurado de forma firme o arrastando entre algumas das estantes gigantes, assustando o acastanhado.

— O que? Quem você pensa que é para vir assim me arrastando. — Puxou o punho com força, e assim conseguiu notar os olhos vermelhos e inchados do loiro, calando-se imediatamente.

O silêncio pairou por vários instantes.

A confusão vinha em sua mente do que poderia estar acontecendo ali, do nada o ex de sua amiga o arrastando para um canto qualquer e o encarando como se conseguisse observar a alma, o deixando completamente desnorteado e perdido. Taehyung não gostava nada de Jimin, assim como Jimin não gostava nada de Taehyung. Mas a curiosidade era colocada em suas costas, o fazendo ficar ali imóvel esperando que o mais baixo falasse alguma coisa.

— Eu sinto falta dela. — Apertou os olhos, se encostando devagarinho dentre uma prateleira até a outra, fixando os olhos nos próprios pés.

Não entendia o que tinha haver com o comentário, e sabia que se ficasse ali acabaria ouvindo o que não queria, mas mesmo assim continuou a observá-lo.

— Eu tenho dúvidas se sente mesmo.

— Desde que você resolveu aparecer, coisas ruins surgiram. Meu relacionamento desandou, minha popularidade caiu e eu não duvido nada de que você tenha enviado coisas anônimas a Jungaa para nos afastarmos. — Ditou calmamente, o que era esquisito, já que com o loiro tudo se resolvia na base da violência.

— Jimin, olha.

— Não terminei. — Disse de forma arrogante. — Eu sei que fui babaca em vários aspectos, não vou me esforçar ou arranjar problemas com você, a única coisa que eu quero que você saiba é que ela nunca vai ser feliz contigo da forma que foi comigo. Mesmo com falhas, ela era perfeita para mim, eu queria casar com ela um dia. Era a única garota que eu conseguia ver comigo em um futuro.

De repente, a garganta de Taehyung parecia estar com um nó de marinheiro, impossível de ser desfeita. O coração acelerava agilmente, indicando nervosismo não só através daquilo, como de suas mãos trêmulas.

— Vocês dois juntos nunca chegaria aos pés do que foi conosco, a gente jantava junto... Eu a levava nos melhores lugares, dava presentes, cuidava dela. — As bochechas de Taehyung pareciam queimar, ele estava se sentindo inferior em todos os aspectos, por mais que tentasse soar o mais frio possível.

— A gente ria juntos, se divertia. Fazia amor em todos os cantos, sabe? Me diz o que você tem a oferecer pra ela, porque eu sei que você é um tosco, mora numa casa de merda a alguns quarteirões daqui. Seus pais pagam a escola quase com o suor, e você acha mesmo que a família dela vai querer alguém como você?