Singularity. - Taekook.

dia após dia.

As horas passavam devagar, como se o tempo estivesse em câmera lenta. Faziam dias que Taehyung não dava notícias, Jeon estava cansada de aparecer em sua casa esperançosa ou de tentar até mesmo enviar e-mails pedindo sinal de vida. Se sentou sobre um banco metálico de coloração branca próximo ao jardim, e ali ficou por longos trinta minutos.

Ela sabia que não importava o tempo que tivesse de esperar, ela jamais largaria de mão independente do que estivesse acontecendo.
Seus dias que antes estavam dedicados somente aos estudos, poderiam ser ocupados pela presença de Taehyung, e curtir um pouco do acastanhado. Mas sabia que ele desapareceu sem ao menos conversarem direito.

A semana era solitária, se pegou até mesmo bisbilhotando mensagens antigas entre os dois, passando seu tempo presa aquilo e até mesmo a algumas lembranças. O coração falhava as batidas quando sua mente clareava o rosto dócil e angelical do parceiro, apesar daquele belo maxilar que o deixava mais másculo e ainda sim mais fofo quando ficava tímido e apertava os dentes. Relembrou dos óculos que enfeitava seu rosto bonito, dando a ele uma marca registrada e ainda mais atraente. A armação lhe dava um contraste diferente e o tal toque final.

Ajeitou a jardineira, se levantando devagar, era praticamente fim do dia e o céu estava parcialmente escuro. Aquele medo de alguma coisa ter acontecido com o amigo não saía de sua cabeça, mas infelizmente ela não poderia ficar ali para todo o sempre porque sabia que assim como os outros dias, ele jamais iria aparecer.

Colocou as mãos por dentro dos bolsos da jardineira, e caminhou devagarinho pelas ruas vazias rumo a própria casa. Sua cabeça vagava para bem longe, não tinha coisa pior do que esperar por alguma coisa que não sabia ao certo se iria acontecer cedo ou tarde. Seus ombros caiam em desapontamento, até que um som estranho a chamou a atenção, fazendo que virasse de costas sem saber de onde vinha.

Seu olhos se arregalavam.

Taehyung acabava de sair do automóvel, coberto de olheiras, o rosto inchado e com uma sensação de estar distante e totalmente atordoado. Seu cabelo estava mais comprido, com uma espécie de Mullet natural. O tom acastanhado agora era escuro, uma espécie de preto como se fosse tinturado. O pai abria o porta malas para retirar às bagagens, enquanto a mulher permanecia no banco passageiro dormindo com o rosto encostado sobre a janela.

Jungkook respirou fundo, seus olhos brilhavam, os pulmões soltava ar em alívio, e os pés da garota tomaram vida própria, correndo o mais rápido que podia de volta até a residência, já que praticamente estava quase virando uma outra rua. Por suas pernas serem curtas, acabou cansando demais assim que parou sobre a calçada, fazendo o pai de Taehyung se assustar de leve com tanta afobação.

— Kimmy! — Disse alto, o vendo destrancar a porta mas ao ter a atenção tomada, se virou com um semblante esquisito.

Jeon andou rapidamente em direção ao agora moreno, o agarrando fortemente e o abraçando bem apertado. Por um instante sentiu que seus olhos ardiam, como se quisesse chorar de alívio em ver o rapaz em sua frente. O que ela estranhou, foi que Taehyung não a abraçou de volta, somente permaneceu estático.
Mas não estava nem aí quando afundou suas bochechas sobre seu peito, esfregando o rosto em sua camisa e inalando o cheiro gostoso que ele tinha de sabonete. Suas mãozinhas pousavam nas costas grandes e fazia um carinho vago, apertando os olhos e ouvindo o coração do rapaz bater fortemente.

— Como é bom te ver. — Se afastou devagarinho, levantando o rosto para observá-lo.

— O que houve? Você sumiu. — O pai de Taehyung entrava com as malas, restando somente os dois, e a mãe que ainda dormia no carro.

— Eu acho melhor você ir embora, eu não estou afim de receber visitas e nem de conversar. — Se afastou de leve, dando as costas sem ao menos a olhar nos olhos.