017

2.4K 271 10
                                    

Após dois segundos, no máximo, com os lábios do embuste pressionados sobre os meus, eu o empurrei pra o mais longe que consegui e meu coração se apertou quando eu não vi Jungkook em meu campo de visão, apenas Kiara que me lançava seu sorriso sarcástico, os pais de Jeon que conversavam com a vovó, como se nada tivesse acontecido e J-Hope que me encarava boquiaberto.

- Cadê ele? - Perguntei a Hope.

- Saiu porta a fora. - Informou comprimindo os lábios.

Ignorando tudo em volta, saí porta a fora, indo em busca do caipira e não demorou muito até que eu o encontrasse caminhando em direção à saída da fazenda.

- Jungkook... Jungkook, me esperava por favor. - Pedi num tom suplicante, correndo pra tentar acompanhá-lo.

- Volta lá e continua com seu namoradinho, mas agora o de verdade, já que o outro era mesmo de mentira e você é ótimo em mentir. - Não era preciso mais pra saber que ele estava puto comigo, ainda assim, não desisti de tentar acompanhá-lo e me explicar.

- Me ouve, eu...

- Pode me explicar o que está acontecendo aqui, Jimin? - Kim Jisung, meu ex-namorado, questionou enquanto me seguia.

- Por que dibaos você veio aqui, Jisung? - Gostaria de ter sido menos grosseiro, mas estava tão irritado com ele e com a situação que só pensava em mil formas de bater nele.

- Você me convidou, não lembra?

Ah, foi... Eu realmente o convidei, mas antes de voltar a ver o caipira, antes de me apaixonar por ele, que me fuzilava com os olhos.

- Jungkook, esse é o Jisung, ele...

- Não estou interessado em mais nada relacionado a você. - Um tiro doeria menos do que ouvir isso. - Volta pra cidade grande, já se divertiu o bastante com o caipira, não é mesmo?

- Está me magoando. - Minha voz já estava embargada, chorar era questão de tempo.

- Foi muita burrice achar que um burguês esnobe, como você, se interessaria de verdade por mim. - Dava pra sentir pelo tom da voz que ele estava tão abalado quanto eu e isso me deixou pior. - Só não precisava fingir tão bem, Park Jimin.

- Hey, não fala assim com ele. - Jisung me defendeu, se colocando em minha frente.

- Você cala a boca, ou te quebro a cara. - Jungkook o ameaçou com a voz assustadoramente alta e quando me olhou, congelou até minha alma. - Já você, esquece que eu existo. - Após os tiros seguidos, saiu dali com pressa, deixando-me em farrapos.

- Quem é ele?

- Meu ex-futuro-namorado. - Disse limpando uma lágrima. - Não deveria ter me beijado daquele jeito. - O repreendi assim que o caipira sumiu de nossas vistas.

- Como me convidou, achei que estivesse com vontade de voltar comigo. - Argumentou em sua defesa e parecia confuso com a situação.

- Errou feio, errou rude. - Afirmei cruzando os abraços. - Pode me deixar um pouco sozinho, por favor?

Resignado, Jisung se despediu de mim com um beijo na bochecha e entrou na casa, já eu, mesmo sendo um filho da puta orogulhoso, decidi ir atrás do caipira e consertar aquela situaçao.

Ao chegar na casa dele, toquei a campainha várias vezes, bati palmas, chamei... Eu quase fiquei sem voz de tanto que eu chamei pelo nome dele. Exausto, me sentei em frente à casa e apoiei minha cabeça na porta, indeciso de me humilhar um pouco mais, ou ir embora.

- Jungkook, eu sei que você está aí, não saio daqui até você falar comigo e esclarecer tudo. - Fiz uma última tentativa, que fez efeito, já que ele abriu a porta pra mim e eu caí em cheio no chão.

- Só abri porque não quero que pegue um resfriado. - Pronunciou sem me olhar nos olhos e estava fodidamente sexy com aquele roupão preto e o cabelo molhado.

- Ele é meu ex-namorado, só isso. - Minha voz era só um sussurro enquanto eu me levantava sozinho do chão.

- Não vou cair nos seus joguinhos, Jimin. - Proferiu com um sorrisinho sarcástico e minha boca ficou seca.

- Não me chama assim... - Me aproximei um pouco mais dele, perto o suficiente para poder tocá-lo. - Me chama de burgayzinho. - Até hoje não acredito que pedi isso.

- Você odiava!

Realmente... O jogo virou, já que agora eu gostava e muito do apelido.

- Sou seu burgayzinho, seja meu caipira. - Disse com a voz infantil e enlacei meus braços em volta do seu pescoço e beijei seu pescoço que cheirava a sabonete masculino.

- Para... - Sua advertência mais parecia um gemido e isso me deixou ainda mais animado. - Eu não sei lidar com esse seu sorriso safado. - Meu sorriso safado era infalível. - Burgayzinho, 'tá' doido pra ser castigado, né?

- Yes, daddy!

Continua...

𝗼 𝗰𝗮𝗶𝗽𝗶𝗿𝗮.Onde histórias criam vida. Descubra agora