036

1.3K 173 1
                                    

— Mesmo se eu morrer, ele não vai ficar com você, sua louca.

Afirmei, sentindo o corpo todo ficar dormente, mas a dormência deu lugar a uma dor lancinante no meu estômago, tanta que eu não conseguia ficar de pé, acabei caindo de joelhos na frente de Kiara.

— Claro que vai, você vai ver... — Zombou, se curvando para a frente e soltou uma gargalhada alta. — Ah, você não vai ver, porque já vai estar morto, Park.— Ouvir isso me fez lembrar que estava vivendo os últimos minutos da minha vida. — Acordou bem a tempo de ver seu namoradinho morrendo, Kookie. — Pronunciou bem-humorada, ao vê-lo acordando.

— O que fez com ele, Kiara? — Rosnou pra ela e ainda cambaleando, ele veio até mim, me puxando pra seu colo, me observando assustado.

— Dei veneno e em menos de uma hora, ele já vai estar morto, a menos que eu dê o antídoto a ele e só eu sei onde o antídoto estar. — A palavra antídoto me deixou apreensivo, talvez aquela coisa de "a esperança é a última que morre, não fosse uma completa idiotice.

— Jimin, fala comigo, meu amor, por favor, fala comigo... — Ouvia sua voz distante, como alguém que fala enquanto caminha, mal conseguia manter os olhos abertos, a dor era insuportável.

— Eu sinto muito que... As coisas... Tenham ficado tão ruins. — Consegui pronunciar, mas com longos espaços de tempo. — Mas... Jungkook, caipira, nunca duvide que eu amo... amo você... E...

— Não fala nada, por favor. — Suplicou, me envolvendo um pouco mais de força em seus abraços. — Me dá a porra desse antídoto, Kiara. — Exigiu, entretanto, seu tom era de total despero.

— Te dou o antídoto com uma condição. — Impôs, sorrindo ao me ver completamente derrotado, bem perto de estar morto.

— Eu faço o que você quiser... — Alternou a atenção entre ele e eu e tirou algo da bolsa, segurando o revólver com uma das mãos e com a outra, um pequeno recipiente de vidro. — Qualquer coisa, só me dar a porra do antídoto.

— Você realmente ama ele, não é?

Ah, ela tinha mesmo que perguntar aquilo?

Ver a louca chorando me deixou mais assustado, temendo o que ela faria com meu caipira, dependendo de sua resposta e se não estava enganado, estava ouvindo o barulho de sirenes, ou só estava alucinando, devido ao veneno que se espalhava pelo meu corpo.

— Sim. — É agora que ele vai dizer, ao menos vou ouvir antes de morrer. — Eu amo Park Jimin. — Pronto, agora posso morrer em paz, meu caipira conseguiu dizer que me ama, caralho!

— Então nada mais importa. — Kiara pronunciou resignada.

Como já não suportava mais ficar com os olhos abertos, os fechei, mas voltei a abri-los ao ouvir dois disparos e no mesmo instante, a polícia chegou onde estávamos, acompanhada de Berg, Taehyung e J-Hope, mas talvez já fosse tarde demais...

[...]

Acordei e logo percebi que estava deitado na cama do hospital. Minha mãe estava ao meu lado,  segurava minha mão e ao notar que estava despertando, um sorriso largo se formou em seu rosto bonito.

— Mãe... Meu caipira... Cadê ele?

Continua...

𝗢 𝒞𝗔𝗜𝗣𝗜𝗥𝗔.Onde histórias criam vida. Descubra agora