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— Entra. — Dei espaço para ele entrar no apartamento, seguindo-o até o centro da sala. — Parece desconfortável, o que é irônico, já que moramos por quase dois anos juntos, não acha? — Murmurei irônico, notando sua inquietude com minha aproximação, ele sequer permitiu que tocasse suas mãos.

— Se me chamou aqui pra me atacar, acho melhor, eu ir embora, Jimin. — Sua voz parecia se projetar contra mim, o fato dele não me olhar nos olhos, fez meu sangue congelar e só pensava em diversas formas de fazer aquele hiato sumir.

Respirei fundo.

Havia me despido de todo orgulho. No amor verdadeiro, orgulho sempre será uma palavra insignificante.

Fui até o aparador de centro e peguei um álbum com fotografias, álbum esse que passei a tarde toda para finalizar a tempo; tinham inúmeras fotografias, tiradas em momentos importante da nossa trajetória, começando pela foto da festinha do primeiro aniversário de Kitty, a égua e filha da Espada com Arthur e finalizando com uma foto que tiramos em nossa viagem aos Estados Unidos, em Orlando, no mês anterior, um dos dias mais felizes da minha vida e naquela tarde, nunca poderia passar pela minha cabeça, que acabaríamos assim.

— Toma, eu acabei de terminar.— Entreguei o álbum a ele, que me olhou com desconfiança. —Não te chamei aqui pra transar, ou tentar fazer você desistir do seu casamento, só queria uma última noite com você. — Tomei coragem para abraçá-lo, sendo retribuído na mesma intensidade. — Quero conversar, entender seus motivos e respeitá-los, então começa explicando por que vai se casar com a filha do prefeito, se é a mim que você ama. — Pedi, assim que nos sentamos no sofá, um defronte ao outro.

— Meu pai está muito doente e falido. — Contou, me deixando apreensivo, sempre soube que ele tinha um motivo sólido pra desistir da gente, só não fazia ideia da gravidade. — Estou tentando salvar ele, Jimin, faria qualquer coisa pelo meu pai e sei que faria o mesmo pelo seu.

— Por que não me contou? Eu tentaria ajudar você. — Àquela altura, ainda estava processando a informação na minha mente.

— Estou falando de uma quantia absurda, Jimin. — Foi enfático, pressionando meus ombros firmemente. — Quando minha mãe me contou, eu fiquei sem chão, eu só pensava em você e em tudo que sentiria, por que eu te amo mais do que a mim mesmo e eu te juro, que se tivesse outro jeito de salvá-lo, eu faria, pra não perder você.

— Isso é tão injusto. — Voltei a abraçar meu Caipira e agora com mais força. — Queria tanto poder fazer algo pra te ajudar, mas eu...

— Jun Jihyun também não me ama, só vai se casar porque está grávida. — Sussurrou em meu ouvido, beijando sutilmente, meu pescoço. — Não vou pedir pra você me esperar, não seria justo com você, Burgahzinho.

— Dorme aqui, por favor. — Supliquei, adiando sair dos seus braços, o máximo que eu conseguisse.

Naquela noite, há quase um mês, não transamos, o máximo que rolou, foi um beijo antes de adormecermos, um nos braços do outro, ainda assim, eu estava satisfeito só em tê-lo comigo.

Não sabia o dia exato do casamento, tampouco o lugar, o que era ótimo, porque se tratando de mim, não seria impossível eu ir assistir a cerimônia escondido, chorando rios, por querer estar no lugar dela.

Como não aguentava ficar remoendo lembranças, decidi ir na casa de Taehyung, segurar vela, já que ele não desgrudava de Hoseok um só instante. Assim que as portas do elevador se abriram, me assustei ao ver:

— Sr. Jeon?

— Acabei de chegar de Hong Kong, e descobri que além de terminar com você, Jungkook vai se casar com Jun Jihyun. — Seu tom incrédulo me deixou confuso, poderia jurar que ele estava irritado também. — Pode me explicar o que houve?

— Ele fará isso pelo senhor, pra salvá-lo. — Afirmei, ainda me recuperando do choque.

— Me salvar? Do que estamos falando, Jimin? — Agora ele demonstrava estar ainda mais confuso.

— Jungkook já sabe da sua doença grave e que está falido, sr. Jeon, queria que soubesse que eu sinto muito. — Expliquei, sem saber como manusear aquele assunto delicado.

— Não estou doente, tampouco falido, aliás, os negócios vão super bem, até pensei em dar um apartamento novo pra vocês, no mês que vem. — Contrapôs, franzindo o cenho ao ver minha brusca mudança de humor, já que eu estava rindo como um bobo.

— Então sua esposa mentiu, mais uma vez, a sra. Jeon me afastou do Jungkook por uma mentira. — Deduzi, deixando ele sem ação, sequer pestanejava. — Isso não vai ficar assim.

Continua...

𝗼 𝗰𝗮𝗶𝗽𝗶𝗿𝗮.Onde histórias criam vida. Descubra agora