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— Se fosse meu amigo de verdade, não me pediria isso.

Respondi, ainda sem acreditar em sua proposta, só em pensar na possibilidade de deixá-lo novamente, já me deixava despedaçado, da última vez havia sido suficientemente ruim.

— E você, se fosse meu amigo de verdade, não teria deixado eu fazer papel de idiota. — Rosnou para mim, me lançando um olhar tão furioso, que eu quis cavar um buraco e me enterrar. — Conhece ele há quanto tempo? Semanas? Nos conhecemos desde crianças e nunca brigamos, principalmente por causa de homens, Jimin, esperava mais de você. — Seguiu me deixando mortificado com seu olhar.

— Eu o amo, Taehyung. — Argumentei, sendo o mais sincero possível, coisa de deveria ter feito desde o início.

— Depois não venha me cobrar lealdade. — Foram suas últimas palavras, antes de ir embora.

A conversa com Taehyung me deixou desolado e só desejava em um abraço apertado de Jungkook, que sempre me acalmava, encontrando ele em uma das piscinas do ginásio.

— Podemos conversar um pouco? — Pedi num tom suplicante, me aproximando da piscina maior.

— Não tenho tempo agora, nos falamos depois. — Foi curto e grosso, nem me olhou ao falar.

— É importante. — Insisti, mesmo sabendo que não deveria, mas estava tão mal, que passaria por cima do meu orgulho se fosse preciso. — Eu preciso muito conversar com alguém agora.

— Eu realmente não posso falar com você agora, meu amor, depois eu te escuto. — Me beijou brevemente e voltou a mergulhar na piscina.

— Bom treino. — Acenei enquanto ia embora, mas ele estava tão concentrado que não me ouviu, se ouviu, me ignorou.

— Ai, Park, ele já começou a te ignorar? — A demônia da kiara veio me provocar. — O próximo passo é te trair, como fez comigo, porque Jungkook é assim, conquista e depois dispensa. — Destilou seu veneno e ouvir sua risada cínica me deixou nauseado.

Ignorando Kiara, segui para o meu apartamento sozinho.

Ao chegar em casa, continuei tentando falar com Jungkook, mas sempre caía na caixa de mensagens e frustrado, fui tomar um banho pra esfriar a cabeça.

Até tentei comer algo, mas nada descia, nem mesmo o suco, eu estava péssimo e não tinha ninguém pra desabafar, nem mesmo meu namorado e Hope estava fora da cidade. Estava quase cochilando no sofá, quando a campinha tocou e todo saltitante, corri até a porta, mas ao invés de Jungkook, como eu tanto desejava, era minha mãe.

— Oi, meu bebê. — Já chegou me abraçando forte, então foi até a cozinha, colocando algumas sacolas com comida em cima da mesa. — Como está se virando sem mim?

— Está tudo bem, mãe. — Respondi sem ânimo algum.

— Conheço você, Minnie, o que aconteceu? Brigou de novo com seu caipira?

Sexto sentido de mãe nunca falha, principalmente, o da minha.

— Com Tae. — Contei, me sentando ao seu lado no sofá. — Ele também se interessou pelo Jungkook e eu não tive coragem de contar de cara que estávamos juntos, agora ele pediu pra eu me afastar do meu namorado, só então vai me perdoar.

— Se ele gostasse realmente de você, não pediria algo assim, Jimin, iria gostar de te ver feliz, como alguém que te ama. — Afirmou, sensata como sempre e me puxou para o seu colo.

— Nem sei se ele me ama. Ele nunca disse. — O desânimo na minha voz era quase palpável.

— Não precisa dizer, meu bem, você sente. — Murmurou enquanto acariciava meus cabelos, trazendo a sensação de paz que eu tanto precisava.

— Gostaria que ele dissesse. — Disse baixinho, minha cordas vocais doeram ao pronunciar aquilo. — Acho que estou mais envolvido que ele na relação e isso me assusta, não quero ser dispensado de novo, outro baque eu não aguento. — Fiz o desabafo, sempre lembrando o momento em que Kiara afimou que ele não me amava.

Era péssimo em maquiar meus sentimentos, ainda mais pra minha mãe, que me conhecia como poucos e me decifravava apenas com seu olhar cheio de ternura. Seu abraço era o melhor lugar no mundo naquele momento.

— Só estão namorando há dias, espere mais um pouco e ele dirá, por que é quase impossível alguém não amar você, meu príncipe. — Me aconselhou, mesmo que soubesse que eu era cabeça-dura. — Deveria tomar iniciativa e falar que o ama, ou conte como se sente, talvez ajude-o.

Antes que a conversa continuasse, ouvimos o barulho da porta se abrindo, relevando um Jungkook completamente assustado.

— Cheguei numa hora ruim? — Perguntou e parecia nervoso.

𝗢 𝒞𝗔𝗜𝗣𝗜𝗥𝗔.Onde histórias criam vida. Descubra agora