Um Paradoxo

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"O paradoxo da vida é este: Aprender o valor da vida ao tempo que, lentamente, a perdemos."

(Raquel Xavier)

Raccoon City

2021

Depois de conseguir até que, enfim, pegar o seu carro do conserto, Leon decidiu que ao invés de ir direto embora daria uma passada rápida para checar uma certa professora de Física. Isso já estava começando a virar rotina. Ele queria vê-la antes de ir pra casa descansar. Seu Toyota agora impecável é estacionado próximo ao Jack's Bar que hoje estava bastante movimentado.

Leon desce do carro, ignorando as primeira gotas de chuva que insistem em cair e para na frente do bar olhando para a janela do segunda andar, constatando que no apartamento dela está tudo escuro. Então, deduziu que pela hora era possível que já estivesse dormindo. Entretanto, quando estava se virando para ir embora, um grito apavorante ecoa pela noite chamando totalmente a sua atenção.

Agora ao se virar e encarar o segundo andar, ele se depara com as luzes piscando como se tivessem com mal contato. Cautelosamente, ele sobe as escadas com sua arma em punho e, num estalar de dedos, invade o apartamento já se deparando com aquele cenário assustador, encontrando o Assassino parado próximo ao corpo desmaiado de Ada.

— Se afasta dela agora, ou eu atiro! — Mesmo com a má iluminação da sala, Leon consegue manter firme a sua mira na direção do bandido que é forçado a recuar para longe do corpo inconsciente de Ada. — Quem é você e o que você quer com ela?

Por um instante, o detetive se ilude achando que tinha conseguido encurralar o Assassino misterioso e que, enfim, ia conseguir descobrir quem era Ele. Ledo engano, pois Fong resolveu aparecer bem naquela hora gritando assustada e distraindo Leon.

Mais uma vez, ao se ver prestes a ser desmascarado, o Stalker não vê outra saída, senão fugir. Ele aproveita a distração causada pela chegada repentina da irmã mais jovem e consegue dar uma rasteira no detetive o derrubando no chão.

— Tic-tac, tic-tac... Ela precisa morrer pelo futuro. — Ele ainda houve o Algoz responder, antes de desaparecer saltando pela janela.

Sem pestanejar, Leon decide persegui-lo também saindo pela janela, depois correndo pela lateral do Jack's Bar. Ali se inicia uma perseguição alucinante, onde precisa ser veloz, ágil para conseguir desviar de alguns obstáculos pelo caminho, incluindo saltar de um prédio para o outro usando alguns movimentos de parkour e sem dificuldade cair sobre um capô de carro para poder chegar na próxima rua e alcançar o Assassino que está a poucos metros dele. A perseguição desenfreada os leva a um cruzamento ferroviário onde já se pode ouvir a barulheira de motores e da buzina de trem avisando que está se aproximando.

— Parado aí! — Leon grita empunhando a sua pistola e dando o primeiro tiro como um aviso, conseguindo por um minuto fazer o Sujeito parar. — Você... eu quero ver o seu rosto. — Suas mãos estão um pouco trêmulas segurando a arma enquanto sua respiração continua ofegante.

— TIC-TAC, TIC-TAC... Há um gatinho dentro da caixa... E seu tempo está se esgotando. — Entretanto, o assassino decide permanecer de costas para ele mantendo aquele ar de mistério.

— O quê? O que isso significa? — Leon indaga desesperadamente. Entretanto, o Assassino não lhe responde, ao invés disso decide finalizar aquela conversa absurda, da forma mais chocante e medonha ao se jogar na frente do trem.

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