XIII

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Já no hospital, Ga-On estava a renovar os curativos numa cama, enquanto em outra do seu lado o menino estava a ser examinado.

Os médicos tentaram o levar para a pediatria, mas ele ainda estava muito assustado, e suspeito de tudo e todos, portanto os demais decidiram o deixar perto da única pessoa que o inspirou confiança, Ga-On.

Enquanto isso, do outro lado das urgências Kang Yo-Han, falava com o médico responsável.

– Ele tem claros sinais de violência doméstica. E infelizmente eu devo o avisar que não é a primeira vez dele aqui. – Disse o Médico responsável pelas urgências.

– Como assim? Explique melhor. – Pediu Yo-Han, já com pulgas na orelha.

– Muitas vezes nós já o recebemos e tratamos seus ferimentos, seu pai sempre arranjava uma desculpa, e o menino sempre concordava, não deixando muito para nós e a polícia fazermos alguma coisa.– Disse o médico frustrado,fazendo Yo-Han sem querer fazer um punho com a mão,ele conhecia muito bem essa história.

– Seu nome é Yang Woo-Bin, tem doze anos, sua mãe morreu de um acidente do carro causado pela embriaguez do pai. Pelo que nos foi alertado, ele não tem outros familiares vivos, portanto sempre acaba a voltar para o pai, com medo de ir parar em casas de acolhimento. – Explicou o Doutor, o que deixou o sempre calmo e contido Yo-Han, um pouco temeroso, e novamente ele se sentia surpreso e confuso por tais emoções, porém não esboçou isso.

Talvez ele sentia alguma empatia com o menino devido a sua semelhante história com seu pai. Que mesmo sendo biológico não o amava pelo simples facto de ser um bastardo, filho de sua amante.

Portanto não importava o que Yo-Han fazia era sempre desculpa, para maltratos físicos e psicológicos, e muita pressão sobre o mesmo. A sua única boia de salvação foi seu irmão mais velho.

Lembrando disso, seu olhar atravessou o do doctor e pousou em Yang Woo-Bin brincando com Kim Ga-On, e de alguma forma, existia algo de reconfortante naquela imagem, algo quente e acolhedor.

– Senhor Kang? – Chamou o médico, clamando a atenção de Yo-Han, que logo o ouviu.

– Senhor Kang, pelo que me foi informado seu noivo já está pronto para ir, e Woo-Bin será entregue aos serviços sociais. – Avisou o médico, pedindo licença a seguir, e saindo.

Yo-Han sabia como acabaria a história, o pai voltava sóbrio e com novas roupas, ameaçaria a criança para a mesma contar uma distorcida verdade, compraria umas pessoas para serem testemunhas de seu falso “bom comportamento”, encantaria um juiz e dois agentes da polícia e levaria Woo-Bin novamente.

O normalmente desconectado e indiferente Kang Yo-Han havia desaparecido por alguns minutos, e por alguma razão Yo-Han sentia que não conseguiria seguir em frente se não fizesse alguma coisa.

– Eu fico com ele – Kang Yo-Han não sabia o que o levou a dizer isso, ele só sabia que algo o dizia para levar o menino para casa com ele. Ou se não ele não se perdoaria.

– Desculpe? Senhor não funciona assim. Não estamos numa loja, não é só querer e levar. – Tentou explicar o médico.

– Eu entendo, ele está na responsabilidade é tutela do Estado neste momento. Ou seja ele será integrado em uma casa de acolhimento ou em um orfanato. A anos atrás eu fiz o curso e me apliquei a ser um pai de acolhimento, para acolher a minha sobrinha Elijah. Então, eu quero falar com o responsável pelos serviços sociais desse hospital, pois eu quero me submeter a ser o pai de acolhimento dessa criança. Por favor. – Terminou Yo-Han educadamente.

O Doutor não entendia o porquê, mas também estava cansado demais para perguntar, e feliz demais para sequer dar brechas para Yo-Han voltar atrás. Sem demoras o Doutor escreveu algo em seu pager e disse um simples “feito” a Kang Yo-Han. O guiando para a sala da direcção do hospital.

TRANSBORDAR { ROMANCE_GAY - MPREG } ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora