Pode ser... mentira.

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Depois que fomos na casa da Cléo e fizemos uma bagunça lá, ela colocou nós duas para fora - mas só depois de nos obrigar a limpar tudo - Fiz daquele dia um momento divertido para Jessy, pelo menos ela se distraiu.

Fiquei andando um pouco pela praça que tinha um pouco próxima do hotel, com esse cara a solta não se tem muito o que fazer aqui e nem onde ir, a gente pode ser atacado em qualquer lugar a qualquer hora.

Voltei para o hotel pois estava dando uns pingos de chuva; assim que entrei no quarto meu celular toca.

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Chamada

- Oi?

- Você voltou para duskwood, eu só... Eu quero você bem, você corre perigo aí s/n.

- Tá, mas o que quer dizer Aidan?

- Queria saber por que você voltou.

- Tenho assuntos pendentes aqui, ninguém vai me convencer de que devo ir embora.

- Só estou preocupado.

- Tchau Aidan.

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Assuntos muito pendentes. Me joguei na cama e relaxei, estava exausta e ainda não tinha feito nada. Acordei assustada com alguém batendo na porta, olhei para o celular e ainda eram quatro da tarde, a chuva caia um pouco forte lá fora. Mesmo assim levantei e abri a porta.

– Oi.

– Entra, estou quase dormindo em pé. Fecha a porta.

– O que houve?

– Não sei, estou exausta Jake.

– Você não anda dormindo bem, precisa descansar.

– Senta aqui.

– O que você tem?

– Amanhã é aniversário do meu irmão.

– Vai voltar para casa?

– Não esse, é aniversário do Gabriel.

– Onde ele mora?

– Ele era hacker – disse ignorando a pergunta – ele me ensinou tudo que eu sei sobre essas coisas, somos gêmeos. Uma vez ele invadiu um site errado, eu entrei em pânico e surtei, ele sempre calmo demais, as vezes isso me irritava, mas jamais deixei de ama-lo. E por isso éramos bastante próximos, nunca brigamos, ele era muito ciumento, era carinhoso, fofo. Acho que gostaria de você, mas ainda ficaria com ciúmes. Morávamos aqui em duskwood...

– S/n...

– Tá tudo bem. Depois desse incidente todo, fomos embora por minha causa, éramos felizes aqui, mas eu...

– Não foi culpa sua vocês terem ido embora.

– Em parte foi, seguimos nossas vidas normalmente, eles escondendo o que aconteceu e eu apenas vivendo como se nada tivesse acontecido realmente. Nós dois éramos como água e óleo, mas outras vezes éramos como leite e café. Ele sofreu um acidente, e descobri pelo Aidan que alguém armou para ele. Talvez o homem sem rosto, não sei. Meu mundo acabou naquele momento. Comecei a ter crises, tive depressão, mas com o tempo fiquei melhor, mas em seguida meus pais morreram também. Suposto acidente de carro.

– S/n, vamos pegar esse cara e vamos fazer com que ele apodreça na cadeia.

– Obrigada Jake.

– Quer fazer algo?

– Na verdade eu estava pensando em uma coisa.

– Diga.

– Eu acho que estou começando a desconfiar do Richy – falo um pouco na dúvida.

Jake me encara confuso, ele abre a boca umas três vezes e para, começa a olhar pro nada e finalmente pergunta.

– Acha que ele está vivo?

– Não sei, mas pensa comigo. Quando ele foi atacado e supostamente morto, o homem sem rosto não se mostrou na chamada, ele sempre fez isso. E eu não ouvi passos e nem nada quando ele foi atacado. Nenhum som em uma floresta cheia de folhas secas? Sério?

– Faz sentido, mas por que ele faria isso?

– Não sei, mas ainda quero saber o que ele falou com a Jessy aquela vez. Ele fez questão de falar com ela sem ser pelo celular e ele estava estranho não sei dizer.

– Entendo seu ponto de vista e acho bom que nós dois olhemos isso.

– Sua morte pode ter sido mentira, talvez seja algo armado.

– Veremos depois, mas agora você precisa descansar. Amanhã é um dia significativo para você e eu consigo resolver a investigação sozinho por uns dias.

– Mas eu quero ajudar.

– E você está ajudando muito, na verdade muito mais do que eu esperava. Porém descansar é essencial s/n.

– Falou o rei do descanso né Jake.

– Eu estou bem.

– Eu também.

– Teimosa.

– Chato.

– Birrenta.

– Não apela que eu bato em você – E, que menina, perigosa 🎶

– Nossa que formiga brava.

Encaro Jake sorrindo para mim com deboche – sorriso lindo por sinal – mas isso não diminui minha raiva por ele ter me chamado de formiga, pego a almofada do meu lado e acerto sua cabeça em cheio.

– Você não fez isso né?

– Fiz, Jakezinho.

Ele me olhou sério e me empurrou na cama, subiu em minhas pernas e começou a fazer cócegas. Se eu fizer xixi aqui, ele vai limpar.

– Já chega Jake, estou sem ar.

– Ok – diz saindo de cima de mim.

Me levanto e respiro devagar, quando vou falar algo ele me acerta com a almofada.

Passamos o resto da tarde brincando de guerra de travesseiros e com Jake tentando fazer cócegas em mim.

Caçada Perigosa (DUSKWOOD)Onde histórias criam vida. Descubra agora