Caçada Perigosa (DUSKWOOD)

Jogos part.2

Narradora

A floresta se encontrava em silêncio, parece que naquele momento às árvores optaram por ficarem imóveis, nem mesmo uma única folha se movia, afinal, nem mesmo o vento estava a favor de ninguém naquele ambiente.

Os pássaros que a poucos minutos gritavam e se moviam para todos os lugares, simplesmente desapareceram. Os pequenos animais que andavam pelo chão, também sumiram.

Qualquer passo em vão, qualquer barulho por menor que seja, poderia acabar em uma péssima situação ali. Parece que a floresta não queria ajudar a garota e nesse momento, ela precisava de qualquer ajuda.

Andando pela floresta estava o cara, que a alguns dias ou meses se tornou o terror de muitas pessoas, exatamente como ele queria.

Quão forte e quão grande é a dor de se perder um filho? Qual o tamanho do desastre para fazer com que um pai se deixe ficar cego pelo ódio?

Nunca entenderemos o que um pai pode fazer por um filho, o quão longe ele chegará. Ás vezes o amor é tão grande, tão intenso, poderoso. Que faz com que percam a cabeça.

Entendendo o amor pelo filho, entenderemos o ódio pelo inimigo.

– mas lembramos que ele não está só –

Ela estava ofegante, parece que a dor havia sumido, mas é assim que sabemos que tudo irá piorar. As dores somem e depois aparecem mais fortes te deixando fraco e desatento.

– Você não pode fugir garota – o mais novo gritou, parecendo estar um pouco longe de onde ela estava.

Ela aproveitou a distância e se preocupou em estancar o sangue que saia sem parar de sua perna. Embora suas roupas estavam um trapo, tanto sujas como rasgadas, era apenas o que ela tinha no momento.

Depois de apertar bem as fitas – que fez com parte da própria blusa – onde havia ferimentos, tentou se erguer apoiando na árvore e apesar das pontadas que seguia por cada parte ferida em seu corpo, ela conseguia se movimentar melhor, um pouco devagar, porém melhor.

O homem sem rosto estava perto de onde a garota estava, porém ele apenas se virou e foi para casa, sem se preocupar se a garota fugiria ou se apareceria ajuda ali.

Ele nem ao menos se preocupou em saber onde a mesma estava, pois uma coisa era certa, ou ela morreria ali, ou ficaria perdida naquela imensa floresta. O que nenhum dos outros dois sabia, era que o homem tinha um plano, bem simples e que nas atuais circunstâncias daria certo sem que ninguém notasse.

Chegando em casa foi observar suas outras vítimas, graças ao seu companheiro ele tinha acesso as conversas dos outros, assim se informando onde estariam e o que planejavam fazer.

Sabia exatamente cada passo de seus alvos e eles eram descuidados o bastante para deixar qualquer informação a vista.

– O jogo está chegando ao fim, acho que chegou a hora de colocar as cartas na mesa minha querida Jennifer.