𝟎𝟎𝟔. 𝐋𝐔𝐓𝐀 𝐃𝐄 𝐀𝐌𝐈𝐆𝐎𝐒

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Mundo invertido. 

Sinônimo de limbo.

Lizze sabia o que era limbo. Tudo era um limbo afinal, não? Rotina era um limbo.

Pois estar no limbo, é estar na beira. E estar em uma rotina, é estar na beira da loucura. Insano, não?

Ultimamente, Lizze estava em um limbo. Um limbo de emoções. Uma rotina perigosa e que nunca pensou que seguiria.

Afinal, rotina não é rotina se não for seguida. 

Antigamente, naquela mesma hora, ela estaria em seu quarto branco lendo algum livro esperando seus remédios chegarem. 

Remédios, não. Não eram remédios. Drogas, sim. Essa é a palavra. 

Mas agora sua rotina era outra.

Sua rotina era viver até morrer.

E lá estava todo o grupo fazendo mais um passeio pela floresta, eles andavam já fazia horas. Lizze estava entre Lucas e Dustin, os outros dois ficaram mais atrás.

— Quanto mais? — O moreno perguntava já cansado.

— Não sei. Só indica a direção, não a distância. Você realmente precisa aprender mais sobre bússolas.

— Só estou dizendo. Como sabemos que chegamos ao portal?

— Acho que um portal para outra dimensão vai ser bem óbvio. — Bufou irritado e olhou para trás. — Acham que ela está agindo estranho? — Os outros olharam também.

— Quer saber se a esquisitona está agindo estranho?

— Digo, mais estranho do que o normal?

— Não sei. Que importa?

— Estou aqui, sabiam?

— Desculpe.

Depois de mais longas horas, eles chegaram a um ferro velho. Eles pararam no centro.

— Oh não.

— "Oh não"? Como "oh não"?

— Estamos voltando para casa. — O cacheado se voltou ao grupo.

— O quê? Tem certeza?

— Tenho. O sol está se pondo lá. Demos a volta.

— E só percebeu isso agora?

— Como isso é possível?! — Exclamou a menina já irritada e cansada.

— Por que a culpa é minha?

— Porque é o gênio da bússola!

— O que a sua diz? — Os dois meninos olharam suas bússolas.

— Norte. — Responderam ao mesmo tempo.

— Perguntando novamente: como isso é possível?!

— Não faz sentido.

— Talvez o portal tenha se movido.

— Não, não acho que foi o portal. Acho que outra coisa está mexendo com as bússolas. — Lucas começou a se virar lentamente até a garota de peruca loira que ficara atrás.

— Talvez seja algo por aqui. — Mike tentava achar uma resposta para aquilo.

— Não, tem de ser um super ímã.

— Não é um imã. Ela está agindo mais estranho do que o normal. Se pode fechar portas com a mente, pode alterar a bússola. — Eles encararam Eleven.

𝐁𝐋𝐎𝐎𝐃 𝐈𝐍 𝐇𝐄𝐋𝐋 - 𝐒𝐭𝐫𝐚𝐧𝐠𝐞𝐫 𝐓𝐡𝐢𝐧𝐠𝐬Onde histórias criam vida. Descubra agora