Dez meses se passaram desde o natal. Onze passaram desde que Eleven foi embora.
Em todo esse tempo, Lizze havia se tornado parte da família Byers, mesmo sem o sobrenome. Jonathan a ensinou a dirigir, Joyce a costurar e Will a jogar o famoso jogo de rpg, junto também a jogar os jogos do fliperama. Começou a estudar em casa e já tinha sua vida quase acertada. Os únicos que viam com frequência - além dos Byers -, eram Mike, Lucas, Dustin e Bob - o novo namorado da mulher. Falava com Nancy às vezes, e viu pouquíssimas vezes Steve. A garota havia se tornado a motorista do grupo de - não mais tão crianças -, já que muitas vezes o irmão mais velho de Will estava ocupado demais para isso. A morena não reclamava, ainda amava sair de casa.
Mas nada são flores. Nada fica feliz por muito tempo. Depois de uma semana do natal, a menina tentou usar seus poderes para acender a lareira da casa. Nada saiu. Nenhuma faísca sequer. Na hora, o desespero bateu, bateu fortemente. Ela havia perdido seus poderes, e não fazia ideia de quando voltariam. Diversos pesadelos também faziam companhia de noite, lembranças de tudo. Toda sua vida passando em sua mente, como um filme velho e quebrado. Não importava quanto tempo passasse, aquelas memórias nunca sairiam de sua cabeça.
Lizze dispersou seus pensamentos sobre tudo o que estava acontecendo em sua vida ao ver a imagem do menino em sua frente.
— Oi, Will.
— Lizze! Que bom te ver aqui. — Ele comentou com as mãos nas costas e um sorrisinho.
— Eu moro aqui há 11 meses. — Respondeu com um sorriso de canto, já sabendo o que viria depois.
— Eu sei. Estou falando... te ver aqui na sua cama sem fazer nada.
— O que você quer?
— Pode me levar no fliperama?
— Por que não Jonathan?
— Está ajudando mamãe no jantar.
— Certo, vamos lá. — Ele sorriu e puxou-a até a cozinha.
— Mãe, Lizze pode me levar no fliperama? — Joyce os olhou, com seu típico olhar de mãe preocupada.
— Sabe que ela não pode sair muito.
— Mas ninguém vai tentar pegar ela em um lugar cheio.
— Ela vai ter que voltar sozinha.
— Não se ela ficar com a gente lá... por favor...!
—Lizze, promete se comportar e só ficar do lado de dentro?
— Sim!
— Então, acho que podem ir. — A dupla sorriu um para o outro.
— Jonathan...? — O rapaz a olhou. — As chaves.
-Ah, certo. Tente não destruir meu carro.
— Não vou. — Ele jogou o objeto e a garota pegou no ar.
— Voltem às 21h em ponto! — A mulher gritou enquanto os outros dois já estavam na porta.
— Pode deixar!
Fecharam a porta de casa e logo entraram no carro. Lizze ligou o rádio e a melodia de "I want to break free" de Queen começou a tocar. A menina batucava os dedos no volante durante o caminho, enquanto o outro batia o pé no chão do automóvel. Mesmo sendo noite, as ruas estavam cheias e o trajeto demorou mais do que o normal, mas o que mais perturbou a morena foi o camaro azul que passou correndo ao lado do carro da outra.
— Que diabos? — Reclamou com o susto.
— De quem é o carro?
— Nem me pergunte. Só sei que quem dirige é um tremendo babaca!
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𝐁𝐋𝐎𝐎𝐃 𝐈𝐍 𝐇𝐄𝐋𝐋 - 𝐒𝐭𝐫𝐚𝐧𝐠𝐞𝐫 𝐓𝐡𝐢𝐧𝐠𝐬
Fanfiction𝐁𝐋𝐎𝐎𝐃 𝐈𝐍 𝐇𝐄𝐋𝐋 || sangue no inferno 1. Cinco segundos é o tempo necessário para mudar totalmente o seu rumo. 2. Cinco segundos foi o tempo necessário para a garota russa sair de um inferno para um outro ainda pior. 3. E em cinco segundos...