𝟎𝟎𝟕. 𝟎𝟐. 𝐂𝐎́𝐃𝐈𝐆𝐎 𝐌𝐎𝐑𝐒𝐄

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Quando Lizze entrou na casa, jurou estar na errada. Assustou-se com os desenhos espalhados pelo chão e parede, todos tendo o mesmo conteúdo.

— Gostei da decoração.

— Vamos, precisamos cuidar disso aí antes que vire uma infecção. — Steve a puxou, mas parou no meio da caminho e se virou para Joyce. — Onde ficam as coisas de primeiros socorros ?

— No banheiro, primeira porta à direita. Obrigada por ajudá-la.

Agora, com toda a emoção já passada, a dor chegou novamente, mas dessa vez ainda mais forte. O rapaz ajudou-a a andar até o banheiro, colocou-a sentada no chão e começou a mexer nos armários, logo achando as coisas que precisava. Ele se agachou à frente, olhando seu machucado.

— Merda, aquela coisa fez um baita estrago. — Suspirou, voltando seu olhar para os olhos dela. — Eu vou ter que cortar, ok? — Pegou a tesoura ao seu lado e respirou fundo.

— Se você me cortar, eu te mato.

— Relaxe, ok? Relaxe. — E então, segurou a barra da calça e dali foi cortando até o joelho. — Viu? Agora vamos... — Rasgou daquela parte para baixo, fazendo com que a perna da calça virasse uma bermuda suja e com resquícios de sangue. — Certo, droga, parece bem pior vendo assim.

— Steve, eu já entendi que está uma merda. Agora você pode fazer o que disse que faria?

— Claro, um segundo. — Largou a tesoura e pegou uma garrafinha de vidro com um líquido dentro. — Olha, isso vai doer. Vai doer muito. Mas vai ajudar a limpar e não infeccionar.

— Ok, vá em frente. — Fechou os olhos e olhou para o lado. E quando Steve despejou o remédio em seu ferimento, sentiu como se todo o inferno dançasse em sua perna. — Porra, Steve! Qual seu problema?!

— O quê? Eu falei que doeria!

— Seu filho da... — Agarrou o braço dele e cravou suas unhas no mesmo, tentando amenizar sua dor.

— Ei, ei! Larga! Larga, Lizze!

— Isso não é dor, seu idiota. Você tá me matando!

— Tudo bem então, quer que eu deixe isso aí assim?

— Vá se foder.

— Eu também te amo. Vai me deixar fazer ou não?

— Faça logo.

— Fique longe do meu braço. — Ele pegou uma caixinha de esparadrapo e tirou de dentro o próprio. — Certo, isso não vai deixar seu machucado exposto e, com isso, menos chance de infecção. Mas você precisa trocar... eu não sei. Troque todo dia. Quando você for trocar, limpe toda a área e só depois coloque. — O rapaz enrolou a 'faixa' de seu tornozelo até a uma parte próxima do joelho. — Agora... segure aqui. — Ela segurou a ponta do curativo e ele pegou um pedaço da fita jogada no chão, segurou por cima da mão da outra e colocou a fita na ponta. — Pronto, isso vai prender o curativo.

— Obrigada. — Os dois se encararam. — Por tudo, sabe?

— Tudo o quê? Não te deixar passar a noite na floresta?

— Você sabe do que eu tô falando. Obrigada por ser meu amigo. — O garoto sentou-se ao seu lado e eles continuaram se encarando.

— Obrigado por me dar uma segunda chance. — Sorriram um para o outro.

— Nós deveríamos voltar. Ver como as crianças estão.

— Sim, você está certa. — Se levantou e a ajudou a fazer o mesmo.

𝐁𝐋𝐎𝐎𝐃 𝐈𝐍 𝐇𝐄𝐋𝐋 - 𝐒𝐭𝐫𝐚𝐧𝐠𝐞𝐫 𝐓𝐡𝐢𝐧𝐠𝐬Onde histórias criam vida. Descubra agora