— Não consigo me lembrar. — Lizze ouviu no momento em que pisou na cozinha.
— Preciso que tente.
— Eu estava no campo e então... deu um branco e então você estava lá.
— Will, preciso que me conte a verdade.
— Estou contando. — Joyce levantou e buscou os dois desenhos, colocando-os na frente do garoto. A menina observava tudo apoiada na porta.
— Este formato, eu o vi na gravação da noite de Halloween. É o mesmo formato do seu desenho. Essas crises que está tendo, eu acho que o Dr. Owens está errado. Acho que são reais. Mas não posso ajudá-lo se não souber o que está acontecendo. Então precisa falar comigo. Por favor. Chega de segredos, está bem? — Ele concordou com a cabeça. — Viu esta coisa de novo no campo?
— Sim.
— O que é?
— Não sei. — Seus olhos lacrimejaram. — É quase como uma sensação.
— Como aquela que teve aquela noite no fliperama?
— Sim.
— O que isso quer?
— Não sei. Ele veio atrás de mim e... eu tentei. Tentei fazer que fosse embora. Mas ele me pegou, mãe.
— O que quer dizer?
— Senti isso em todos os lugares. Todos os lugares. E ainda sinto. Só quero que isso acabe. — Joyce o abraçou enquanto ele chorava.
— Está tudo bem. Tudo bem. — Ela sussurrou. — Ouça. Olhe pra mim. Eu nunca vou deixar que algo ruim aconteça de novo com você. Seja lá o que for, vamos dar um jeito. Eu vou dar um jeito. Eu prometo. Eu estou aqui. — Abraçou-o novamente.
Lizze saiu do lugar e foi para seu quarto, sentou-se na cama e cobriu novamente o rosto com as mãos, e se permitiu chorar. Quando ela finalmente pensou que tudo tinha acabado, a criatura voltou. Aquele bicho sempre voltaria, sempre infernizaria a vida da garota.
A jovem era uma intrusa ali. Não pertencia àquele país, não pertencia àquela cidade, não pertencia àquela família. Nunca pertenceria a algum lugar. Era uma completa estranha no mundo, principalmente sem Eleven ali.
E então, a imagem de mais cedo veio a sua mente, ela tinha certeza que havia visto a menina ali. Não podia ser imaginação, simplesmente não podia. Jogou o corpo para trás e colocou a cabeça no travesseiro macio e quente.
Nada daquilo parecia fazer sentido.
Nada fazia sentido há muito tempo.
𝐐𝐔𝐄𝐁𝐑𝐀 𝐃𝐄 𝐓𝐄𝐌𝐏𝐎❜
Acordou cedo no outro dia... ou em outras palavras: não conseguiu dormir a noite toda. Alguns cochilos rápidos foram o descanso da garota, e nada mais. Sabendo que não adiantava ficar na cama, se levantou e foi até a cozinha, encontrando Jonathan ali.
— Oi.
— Ei.
— Voltou que horas ontem? Joyce ficou preocupada.
— Ah, não era tão tarde. Fiquei meio ocupado. — Deixou escapar um sorriso que foi percebido pela outra.
— Ocupado com o quê? Ou melhor... com quem?
— Vai começar de novo?
— Só estou brincando, estressadinho.
— E você? Fiquei sabendo da sua carona ontem. — Caçoou, e a jovem o olhou entediada.
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𝐁𝐋𝐎𝐎𝐃 𝐈𝐍 𝐇𝐄𝐋𝐋 - 𝐒𝐭𝐫𝐚𝐧𝐠𝐞𝐫 𝐓𝐡𝐢𝐧𝐠𝐬
Фанфикшн𝐁𝐋𝐎𝐎𝐃 𝐈𝐍 𝐇𝐄𝐋𝐋 || sangue no inferno 1. Cinco segundos é o tempo necessário para mudar totalmente o seu rumo. 2. Cinco segundos foi o tempo necessário para a garota russa sair de um inferno para um outro ainda pior. 3. E em cinco segundos...
