𝟎𝟏𝟎. 𝐄𝐏𝐈́𝐋𝐎𝐆𝐎

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Um mês se passou e o natal finalmente chegou. Seria o primeiro natal de Lizze em 14 anos. O clima na casa dos Byers era ótimo, todos estavam felizes ali. Faltava apenas algumas horas para a ceia, Will ainda não havia chego, estava participando de uma das campanhas de Dungeons and Dragons na casa de Mike. Então, quando Jonathan avisou que iria buscá-lo, a garota se animou e logo pediu para ir junto, depois de anos presa, ela gostava de sair de casa e respirar ar puro, mesmo que por pouco tempo.

O rapaz aceitou o pedido e eles logo foram para o carro, no rádio, tocava uma das músicas que Jonathan apresentara para Lizze, o garoto agora tinha a missão de fazê-la escutar as melhores músicas dos anos 80 - na opinião dele. Logo, os dois faziam uma dupla cantando "Should I Stay Or Should I Go" do The Clash. Não demorou para o mais velho estacionar o carro em frente a casa dos Wheeler e avisar que logo voltaria. Como dito, a dupla logo apareceu no carro, Will sentou-se no banco de trás e a garota percebeu um embrulho no colo do motorista.

— O que é isso?

— Ah, isso. Nancy me deu.

— Uh... Nancy quem deu?

— Não comece.

— Ei, Lizze. Acredita que ela deu um beijo na bochecha dele? — A criança colocou a cabeça entre os dois bancos.

— Jonathan, Jonathan. Está namorando e nem contou para sua parceira de quarto?

— Não estamos namorando. Somos amigos. Ela está com Steve, eu acho.

— Podemos abrir? — O menino perguntou se referindo ao presente.

— Sim, claro. — Ele agarrou o embrulho e logo o desfez. Mostrou para os dois a caixa de uma câmera fotográfica.

— Wow, isso é legal.

— Sim. Bem legal.

— Isso é incrível, Nancy é uma pessoa legal. — A dupla percebeu um pequeno sorriso surgir no rapaz, e trocaram olhares rindo levemente.

Chegaram em casa em pouco tempo e Lizze foi ajudar Joyce a preparar a comida, a garota tentava se ocupar de todos os jeitos para não pensar nos últimos acontecimentos.

— Querida, pode levar a batata para a mesa?

— Claro! — Pegou um guardanapo e o usou para ajudar a carregar o quente prato de comida, colocou-o na mesa e percebeu um flash em seu rosto, levantou a cabeça para ver Jonathan tirando fotos com sua nova câmera..

— O que é isso?

— Documentando. É seu primeiro natal, precisamos registrar isso.

— Jonathan, não fique incomodando Lizze. — A mulher surgiu junto entre eles.

— Ela já se acostumou, mãe.

— Socorro. — Ela sussurrou em brincadeira.

— É um Atari. — Will se reuniu ao trio.

— O quê?

— O presente verde. É um Atari. Peguei o do Dustin hoje, tem o mesmo peso. — Os três trocaram olhares.

— É mesmo?

— É. Vamos ver, não é?

— Ei, chega de bisbilhotar. — Joyce o repreendeu ao vê-lo se levantar da mesa.

— Esqueci de lavar as mãos. Já volto.

— Ok. Ele está lavando as mãos? — Perguntou em voz baixa, fazendo os outros dois rirem.

O resto foi uma adorável noite de natal em família.

Para os três mais velhos.

A criatura não estava morta, Will soube disso naquele jantar.

O monstro voltaria logo para causar outro grande estrago. 

𝐁𝐋𝐎𝐎𝐃 𝐈𝐍 𝐇𝐄𝐋𝐋 - 𝐒𝐭𝐫𝐚𝐧𝐠𝐞𝐫 𝐓𝐡𝐢𝐧𝐠𝐬Onde histórias criam vida. Descubra agora