𝟎𝟎𝟓. 𝟎𝟐. 𝐎 𝐅𝐄𝐑𝐑𝐎-𝐕𝐄𝐋𝐇𝐎

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O dia estava no fim, e a única coisa que Lizze havia conseguido foi queimar algumas folhas já secas. Desistindo daquilo, pegou o papel no bolso de sua calça jeans larga e o encarou. Suspirou e começou a andar, demoraria um tempo para chegar na casa, então não perderia segundo algum. No caminho, foi passando a mão por troncos de árvores e deixando marcas queimadas nos mesmos, mas nenhum fogo de verdade.

— Vamos lá, Lizze, você conseguia matar exércitos inteiros... o que aconteceu com você? — Julgava a si mesma.

Assim que pisou na beira da floresta para voltar à cidade, um carro parou na sua frente. A BMW 733i cor vinho tão conhecida pela mesma. Franziu a testa quando a janelinha do banco da frente foi abaixada.

— Quer uma carona? — Brincou Steve.

— O que está fazendo aqui? — Ele empurrou o corpo para trás, revelando Dustin sentado no banco passageiro. — Que diabos...?

— Agiliza, Lizze. Temos que resolver umas coisas. — A garota deu a volta no carro e abriu a porta onde Dustin estava sentado. — O quê?

— Vaza.

— Qual é. — Resmungou.

— Banco de trás, Dustin. — Ele suspirou frustrado e saiu do carro, empurrou o banco para frente e pulou para o banco de trás, Lizze se sentou em seu antigo lugar. — Obrigada. E então, quem vai me explicar?

𝐐𝐔𝐄𝐁𝐑𝐀 𝐃𝐄 𝐓𝐄𝐌𝐏𝐎❜

— Ok... você adotou uma larvinha que virou um demo-cão que comeu sua gata...? — Ela ainda tentava processar a informação que havia acabado de receber.

— Não o chame de larvinha! O nome dele é Dart.

— Ah, claro, você deu um nome para o larvinha.

— Espere um segundo. De que tamanho? — O rapaz se intrometeu.

— Primeiro era assim. — Fez o comprimento com sua mão. — Agora está assim.

— Juro por Deus, é só uma espécie de lagarto. Vocês dois estão surtando.

— Não é um lagarto.

— Como sabe?

— Como sei que não é?

— Como sabe que não é um lagarto?

— Porque a cara dele abriu e comeu a minha gata. — Steve pareceu raciocinar.

O trio logo estava diante da casa do mais novo. Eles saíram após o carro ser estacionado no espaço da garagem. O mais velho abriu o porta-malas e pegou seu antigo taco de pregos. Fechou o espaço, e os três então foram para a parte de trás da casa sem dizer nada. Harrington chegou perto do alçapão trancado e o iluminou com a lanterna.

— Não ouço nada.

— Está aí dentro. — Ele cutucou as portas com sua arma espinhenta. Nada aconteceu, então dessa vez bateu com força, fazendo um barulho alto soar no ambiente.

— Ouça, garoto, juro que se for uma pegadinha, eu te mato. — Apontou a lanterna para o rosto do cacheado, que estreitou os olhos com a luz.

— Não é.

— Certo?

— Não é uma pegadinha. Tire isso da minha cara.

— Tem a chave?

— Você tem certeza? Se for verdade, você está morto, Steve.

— Sim, eu tenho certeza. Dustin, as chaves. — O adolescente saiu correndo para dentro da casa. — Você acha que é verdade?

𝐁𝐋𝐎𝐎𝐃 𝐈𝐍 𝐇𝐄𝐋𝐋 - 𝐒𝐭𝐫𝐚𝐧𝐠𝐞𝐫 𝐓𝐡𝐢𝐧𝐠𝐬Onde histórias criam vida. Descubra agora