Dia 31 de outubro finalmente chegou. O dia mais esperado pelas crianças e até por alguns adolescentes com planos de festas às escondidas. A cidade inteira tinha decorações para o dia das bruxas: abóboras, esqueletos e lápides enfeitavam tanto lojas quanto casas. E, depois de muita insistência pela parte do trio, Joyce concordou em deixar Lizze pedir doces com as - não mais - crianças e Jonathan. A garota estava debruçada na mesa enquanto o outro preparava o café, mesmo sendo um futuro dia animado, ela ainda estava com sono depois de mais uma noite mal dormida.
— Jonathan? Lizze? — Despertou ao ouvir a voz da mulher chamar em alto tom.
— Sim?
— Cadê o Will?
— O quê?
— Cadê o Will?
— Não está no quarto?
— Não. — Ouviram um barulho vindo do banheiro e a mais velha correu até lá, eles não escutaram mais a conversa.
— Ei, acorde. — O rapaz cutucou a menina. — Vai babar na comida ainda mais do que baba naquele garoto da TV. — Ela o encarou.
— Vá a merda.
— Vá você, aproveita e levanta logo. — Irritada, ergueu a cabeça e sentou-se normal — Ótimo. — Colocou o prato de café da manhã na sua frente.
— Obrigada.
— Faço isso pra você faz quase um ano, quando vai parar de agradecer?
— Não sei. — O outro riu.
Em poucos minutos, a jovem de agora 18 anos já estava alimentada, e no momento observava Will com sua fantasia de Os caça fantasmas, enquanto Jonathan tirava diversas fotos.
— Levante o canhão de prótons. — Tirou a foto. — Beleza, vire pra luz.
Mais diversas fotos aconteceram até o menino se cansar e implorar para o deixarem logo ir para a escola.
𝐐𝐔𝐄𝐁𝐑𝐀 𝐃𝐄 𝐓𝐄𝐌𝐏𝐎❜
Tudo ficou calmo no resto de manhã, até Jim Hopper chegar. Lizze sabia que isso significava que algo não estava realmente certo. E por algum motivo, o homem nunca conseguia conversar olhando nos olhos da garota. Isso também significava que algo estava errado, já que ele sempre conversava com as pessoas olhando nos olhos. E em como quase todas as outras vezes, não deixaram a morena participar da conversa, alegando ser algo pessoal deles, ela sabia que era mentira. Aquilo era só uma desculpa para deixá-la longe dos segredos sobre o Mundo Invertido, como uma maneira de tentar evitar que o pesadelo do ano passado ficasse remoendo em sua cabeça. Inútil. A fita sempre recomeçava, como se não tivesse fim, mas a adolescente nunca disse nada sobre o assunto.
Lizze se jogou na cama se sentindo entediada. Mesmo nunca tendo estado em uma escola, a garota era inteligente, então o tempo de estudo acabava rápido e o tédio sempre vinha depois. Suspirou pegando um dos livros que Will pegara na biblioteca para a mesma, folheou algumas páginas, apenas passando o olho, e o jogou ao seu lado.
— Lizze! — Ouviu seu nome ser gritado da cozinha e animou-se, levantando e correndo até lá.
— O quê? — Olhou os dois adultos.
— Acho que você pode nos ajudar com isso. — Hopper esticou uma folha de papel pela mesa, na direção da menina.
Ela pegou o papel e viu ser um desenho. Ao vê-lo por completo e analisar a criatura no centro, sentiu um calafrio subindo sua espinha. A jovem sabia muito bem o que era aquilo.
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𝐁𝐋𝐎𝐎𝐃 𝐈𝐍 𝐇𝐄𝐋𝐋 - 𝐒𝐭𝐫𝐚𝐧𝐠𝐞𝐫 𝐓𝐡𝐢𝐧𝐠𝐬
Fanfiction𝐁𝐋𝐎𝐎𝐃 𝐈𝐍 𝐇𝐄𝐋𝐋 || sangue no inferno 1. Cinco segundos é o tempo necessário para mudar totalmente o seu rumo. 2. Cinco segundos foi o tempo necessário para a garota russa sair de um inferno para um outro ainda pior. 3. E em cinco segundos...
