Quando a lua já tinha o céu para si, nada ainda tinha acontecido. Lucas estava no telhado com seu binóculo tentando ver Dart no meio de toda a neblina. Os outros quatro estavam na parte de baixo, Steve estava sentado no chão brincando com seu isqueiro; Lizze no fundo do ônibus, também sentada enquanto tentava atear fogo em outro pedaço de madeira. Max se encontrava sentada em um banco no começo do automóvel e Dustin estava de pé.
— Enfrentou um desses antes? — Ouviu a ruiva perguntar para o rapaz, que confirmou com a cabeça. — E tem certeza absoluta que não era um urso?
— Merda. Não seja idiota. Está bem? Não era um urso. Por que está aqui se não acredita em nós? — O cacheado disse com raiva. — Vá pra casa.
— Ok. Alguém está mal humorado. Passou da hora de dormir? — Ela se levantou e subiu as escadas.
— Isso. Mostre pra ela que você não liga.
— Eu não ligo. — Ganhou uma piscada do outro. — Por que está piscando, Steve? Pare.
O mais velho então se levantou e andou até a morena, sentando-se ao seu lado.
— Alguém está estressado hoje.
— Hum? — Desprendeu a atenção da madeira e se virou para o outro.
— Dustin. Você não viu?
— Não, o que aconteceu?
— Nada, esqueça. Como está indo?
— A mesma coisa. Eu preciso de um impulso, sabe? Uma situação de vida ou morte para que eu volte de verdade. Acho que meu corpo se acostumou com a adrenalina. E agora que tudo está meio que sem graça, não consigo mais fazer as coisas que eu fazia.
— Eu discordo. — Ela o olhou.
— O quê?
— Posso dar minha opinião?
— Claro, tente. — Se virou para frente.
— Eu acho que você estava tão apegada à Eleven, que quando ela morreu... — foi repreendido por um olhar, que logo se voltou para onde estava novamente. — quando ela desapareceu. Você ficou traumatizada.
— Minha vida é um trauma, Steve.
— Me deixe terminar. E sabe por que ficou traumatizada? Porque você se culpa. Na sua cabeça, se você não tivesse desmaiado, poderia ter salvo Eleven. E com essa culpa, seu corpo te proibiu de usar seus poderes, como se fosse uma punição.
— Isso é uma besteira. Não me culpo. — Não era besteira. Era a verdade. Lizze se sentia extremamente culpada por tudo que aconteceu.
— Tudo bem, então, guarde tudo para você.
— Por que você se importa?
— Não me importo.
— Você é estranho, sabia?
— Falou a garota do fogo.
— Ótimo nome. Adorei. — Eles se olharam novamente.
— Você não deveria ficar guardando tudo para você.
— Achei que não se importasse.
— E eu não me importo.
— Isso não faz sentido.
— Não precisa fazer. — Os dois ficaram em silêncio, e a garota desviou o olhar para o chão.
— Você acha que ela está viva?
— Eu não sei.
— O monstro está vivo, ela precisa estar.
— Lizze... eu sei que existem chances, mas não fique cega com isso. Não fique alimentando algo que você não tem certeza.
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𝐁𝐋𝐎𝐎𝐃 𝐈𝐍 𝐇𝐄𝐋𝐋 - 𝐒𝐭𝐫𝐚𝐧𝐠𝐞𝐫 𝐓𝐡𝐢𝐧𝐠𝐬
Fanfic𝐁𝐋𝐎𝐎𝐃 𝐈𝐍 𝐇𝐄𝐋𝐋 || sangue no inferno 1. Cinco segundos é o tempo necessário para mudar totalmente o seu rumo. 2. Cinco segundos foi o tempo necessário para a garota russa sair de um inferno para um outro ainda pior. 3. E em cinco segundos...