𝟎𝟎𝟔. 𝟎𝟐. 𝐃𝐀𝐑𝐓 𝐄 𝐒𝐄𝐔𝐒 𝐀𝐌𝐈𝐆𝐎𝐒

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Quando a lua já tinha o céu para si, nada ainda tinha acontecido. Lucas estava no telhado com seu binóculo tentando ver Dart no meio de toda a neblina. Os outros quatro estavam na parte de baixo, Steve estava sentado no chão brincando com seu isqueiro; Lizze no fundo do ônibus, também sentada enquanto tentava atear fogo em outro pedaço de madeira. Max se encontrava sentada em um banco no começo do automóvel e Dustin estava de pé.

— Enfrentou um desses antes? — Ouviu a ruiva perguntar para o rapaz, que confirmou com a cabeça. — E tem certeza absoluta que não era um urso?

— Merda. Não seja idiota. Está bem? Não era um urso. Por que está aqui se não acredita em nós? — O cacheado disse com raiva. — Vá pra casa.

— Ok. Alguém está mal humorado. Passou da hora de dormir? — Ela se levantou e subiu as escadas.

— Isso. Mostre pra ela que você não liga.

— Eu não ligo. — Ganhou uma piscada do outro. — Por que está piscando, Steve? Pare.

O mais velho então se levantou e andou até a morena, sentando-se ao seu lado.

— Alguém está estressado hoje.

— Hum? — Desprendeu a atenção da madeira e se virou para o outro.

— Dustin. Você não viu?

— Não, o que aconteceu?

— Nada, esqueça. Como está indo?

— A mesma coisa. Eu preciso de um impulso, sabe? Uma situação de vida ou morte para que eu volte de verdade. Acho que meu corpo se acostumou com a adrenalina. E agora que tudo está meio que sem graça, não consigo mais fazer as coisas que eu fazia.

— Eu discordo. — Ela o olhou.

— O quê?

— Posso dar minha opinião?

— Claro, tente. — Se virou para frente.

— Eu acho que você estava tão apegada à Eleven, que quando ela morreu... — foi repreendido por um olhar, que logo se voltou para onde estava novamente. — quando ela desapareceu. Você ficou traumatizada.

— Minha vida é um trauma, Steve.

— Me deixe terminar. E sabe por que ficou traumatizada? Porque você se culpa. Na sua cabeça, se você não tivesse desmaiado, poderia ter salvo Eleven. E com essa culpa, seu corpo te proibiu de usar seus poderes, como se fosse uma punição.

— Isso é uma besteira. Não me culpo. — Não era besteira. Era a verdade. Lizze se sentia extremamente culpada por tudo que aconteceu.

— Tudo bem, então, guarde tudo para você.

— Por que você se importa?

— Não me importo.

— Você é estranho, sabia?

— Falou a garota do fogo.

— Ótimo nome. Adorei. — Eles se olharam novamente.

— Você não deveria ficar guardando tudo para você.

— Achei que não se importasse.

— E eu não me importo.

— Isso não faz sentido.

— Não precisa fazer. — Os dois ficaram em silêncio, e a garota desviou o olhar para o chão.

— Você acha que ela está viva?

— Eu não sei.

— O monstro está vivo, ela precisa estar.

— Lizze... eu sei que existem chances, mas não fique cega com isso. Não fique alimentando algo que você não tem certeza.

𝐁𝐋𝐎𝐎𝐃 𝐈𝐍 𝐇𝐄𝐋𝐋 - 𝐒𝐭𝐫𝐚𝐧𝐠𝐞𝐫 𝐓𝐡𝐢𝐧𝐠𝐬Onde histórias criam vida. Descubra agora