Capítulo 24

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§ SEVENTH HEAVEN §


MIRANDA ON

Quisera eu que meu coração estivesse doendo como está doendo o meu rosto. Acho que a dor que há no meu peito jamais será menor que qualquer outra dor durante toda a minha vida.

Chloe.

A mais doce das três acertou um tapa bem na minha cara porque eu vomitei palavras idiotas sobre a melhor amiga dela. Eu mereci tanto esse tapa.

Merecia tanto que ela me agredisse muito mais.

Aliso o meu rosto ainda ardendo e respiro fundo enquanto estou sentada no banco de trás do carro do meu maldito motorista contratado.

O maldito esposo morto-vivo ao meu lado me acompanha na volta para a casa que não é minha.

— Devia ter deixado que os seguranças dessem um jeito naquela garota petulante, Miranda.

Ele diz e eu sinto vontade de rir da ironia em sua atitude falsamente defensiva.

— Por que eu faria isso? Eu mereci. — Respondo.

— Espero que isso não repita, Miranda. Aparecer na empresa e te confrontar levantaria suspeitas que não queremos. — Ele diz.

— Ela não vai mais aparecer. E nada vai acontecer a elas.

Eu afirmo e ele se mantem em silencio. Eu o olho.

— Peter...Eu estou fazendo tudo que vocês me pediram. Não encoste nelas. Eu imploro.

— Isso não depende de mim, minha linda.

Ele diz e sorri. Aproxima a mão do meu rosto, mas eu afasto a mão dele.

— Não toque em mim. — Digo raivosa. — Eu tenho nojo de você.

— Isso vai mudar com um tempo. Eu não tenho pressa.

Suspiro exausta.

Os dias passam lenta e tortuosamente.

A minha dor continua. A saudade da mãe das minhas filhas aumenta a cada dia e me sufoca.

Saio do quarto e encontro o meu maldito marido na mesa tomando café.

— Bom dia, querida. Mandei preparar um excelente café da manhã.

— Não estou com fome. Preciso ir a minha obstetra.

— Oh, claro. Eu lhe acompanho. — Ele diz. Limpa a boca com o guardanapo e sorri para mim.

— Não precisa. Aliás. Eu não quero que você vá. — Eu afirmo. — O maldito segurança está na minha sombra. Já não é o bastante?

— Quê isso? — Ele se levanta e me olha. — Eu faço questão de acompanhar a minha bela esposa grávida. Afinal de contas nossas meninas...

O "nossas" quase me faz vomitar. Ele se aproxima prestes a tocar a minha barriga e eu dou um passo para trás impedindo-o.

— Elas jamais serão NOSSAS, Peter.

Eu falo alto.

— Elas são minhas. Minhas e da Andrea. E mesmo que você tenha feito essa canalhice comigo e com as minhas inocentes filhas, elas jamais deixarão de ser dela.

Eu digo preste a chorar ao perceber que Andrea não poderá conviver com as nossas BabiesBulls como sonhamos desde que descobrimos a minha gravidez.

— Calma, Miranda. — Ele pede com um maldito sorriso no rosto.

— Não. Eu não vou me acalmar. Você não tem o direito de mencionar as minhas filhas. Não tem esse direito. Elas mereciam as duas mães cuidando delas. Amando elas...E você...Eu nunca vou te perdoar, canalha.

Seventh HeavenOnde histórias criam vida. Descubra agora