Vida de Cowboy

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Que saudades de casa. Dias na estrada, com o gado a caminhar pelos vastos campos. Paro próximo ao rio e tomo um banho para me refrescar. Como sinto a falta dela, como a queria ela aqui, a me amar nesse rio. Continuo a viagem, encontrando alguns amigos pelo caminho. Companheiros de jornada, também longe de casa das mulheres que amam. Seguimos o caminho, guiando o rebanho pelos caminhos desse oeste. Ao pôr-do-sol, paramos aos pés dos majestosos montes para que o gado e nós possamos descansar.
Um dos amigos traz um violão e traz pra nós, tocando as melodias que tanto amamos e que embalam nossa noite. São momentos de companheirismo e de confissões de saudades de casa e do calor dos braços de nossas amadas. Cantamos as músicas que mais nos tocam e bebemos para celebrar a paixão que sentimos por elas.
A noite chega e o cansaço de mais um dia de viagem vence cada um de nós. O calor da fogueira nos proporciona uma noite de sono aconchegante e confortável. Seguimos a nossa viagem na manhã seguinte e só tenho ela no pensamento. Estamos quase chegando em nossos lares. A companhia dos amigos faz a viagem ser menos monótona e mais alegre, pois contamos histórias de outros companheiros e nossas. Nos emocionamos pelos que já se foram e rimos dos momentos divertidíssimos que que eles deixaram em nossas lembranças.
Já possível ver a entrada da cidade. Começamos a nos despedir um a um. Passo no racho do velho McCartney e deixo o gado que ele tanto esperava. Recebo satisfeito o meu pagamento, paro no bar para beber uma dose boa de um bom whisky para relaxar, mas chega o momento que eu mais esperava. Hora de correr para os braços de quem eu amo e espera por mim a cada viagem.
Quando a velocidade de meu equino me leva rapidamente ao meu canto de paz, lá está ela, a me esperar na varanda do Rancho. Desço de meu cavalo e parto para os seus braços, aplacando a saudade que ambos sentimos. Seu beijo é quente e cheio de um calor incomensurável. Sinto a sua paixão e sua vontade de ser minha mais uma vez. Eu digo a ela que a amo e que a saudade dos dias distante não apagaram o amor que por ela sinto. Ela me sorri e me beija novamente.
Entramos em nossa casa e a levo em meus braços até nossa cama, onde a saudade se volta para o passado e o amor se mostra presente. Os beijos e carinhos são minha prova de que a amo loucamente e que a quero para sempre. E assim nos entregamos ao amor. Céus! Como é linda aquela a quem amo. Que felizardo eu sou por tê-la em minha vida e por ela me completar em tudo. Passamos o dia nos livrando das amarguras da distância e matando essa saudade desenfreada entre nós. Ela dormiu em meus braços até o fim do dia.
À noite, ela nos prepara um jantar maravilhoso, como tudo o que eu mais gosto. Durante o jantar, ela me pede para lhe contar sobre as minhas aventuras. E lá estou eu a contar para ela sobre os caminhos que percorri com os amigos de lida, cavalgando sobre os campos do leste e sua grama verde, da chuva amorosa que sobre nós caiu. E enquanto eu conto cada detalhe, ela me olha apaixonada, sorrindo da mesma forma como uma flor se abre.
Após o jantar, saímos para a varanda e bebemos um bom vinho, contemplando as estrelas que lotam o céu, desenhando uma visão magnífica, abrilhantando nossos olhos. Mas ela sabe que logo terei que voltar ao meu trabalho, então, aproveita cada segundo que possa ficar ao meu lado, bem como eu faço com ela. Ela novamente dorme em meus braços e a levo para cama, onde o sono se faz um bom amigo.
Na manhã seguinte, eu me levanto e, mais uma vez, sigo meu caminho rumo à novas aventuras pelos campos do Oeste, como um legítimo Cowboy. Ela acorda e me vê pela janela. Não me despedi, pois a visão dela em seu sono levo comigo nessa nova viagem. Até a volta, meu amor. Levo comigo a lembrança de momentos felizes ao seu lado. Amo-a mais que tudo e sempre voltarei para você.

Ismael Faria
DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS
LEI Nº 9.610 DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998.

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