Meu nome é Ana, casada e mãe de dois filhos. Tenho um bom casamento, com um marido que me ama, mas, há alguns anos, ele parou de me procurar. Sempre que acontece algo é muito bom, mas cada vez mais raro. E olha que eu sou uma mulher muito bonita, inclusive segundo o meu amigo, que escreve esse relato para vocês. Ele conhece bem a minha história.
Sou muito intensa. Meu corpo é quente como brasa e me entrego de alma inteira quando estamos juntos, embora, como eu disse, seja raro ele me procurar para algo. Ele viaja muito e fica vários dias fora, até semanas. Com isso, fico sozinha e esperançosa dele voltar logo e me tomar nos seus braços. Eu amo o jeito como ele me toca, me beija e faz amor comigo. Somos fogo puro quando estamos na cama.
Esses dias fora sempre me deixam com muita saudade e carente. E foi justamente isso que casou uma reviravolta em minha vida. É uma situação recente e bem complicada para mim. Algo novo e fora de sentido, mas uma experiência tão intensa e prazerosa que me deixou muito envolvida. No ano passado, fui na casa do meu tio, onde conheci a esposa dele alguns parentes dela, inclusive a irmã dela, que vou chamar de Jade, que se assumiu lésbica há mais de 20 anos. Depois que conheci ela pessoalmente, eu a procurei nas redes sociais e enviei uma solicitação de amizade para ela, que aceitou e começamos a conversar, descobrindo várias afinidades entre nós. Aos poucos as conversas passaram a ser mais rotineiras, mas íntimas. Falávamos de tudo e a amizade dela passou a me acalentar e confortar. Ela começou a ir lá em casa com certa frequência e nossa amizade ficou maior. Mas, devagar, ela foi preenchendo o tempo comigo e fui me sentindo confortável e feliz com a presença dela. Mas tudo isso mudou muito e se intensificou mais próximo do Natal do ano passado.
Comecei a ter sentimentos por ela que conflitaram comigo. Nunca pensei e jamais cogitei que haveria algo entre mim e outra mulher. Mas fui me envolvendo cada vez mais, sem notar o que estava nascendo dentro de mim. Cheguei a ficar com medo de tais sentimentos e das consequências que ele poderia trazer. Como eu poderia ter tamanha paixão por outra mulher? O que poderia motivar e desencadear tamanho envolvimento emocional? Nos nossos encontros, tocávamos nas mãos uma da outra, como se esses toques falassem tudo por nós duas.
Num encontro na casa do meu tio, durante um churrasco, eu me senti machucada, não sabendo dizer que sentimentos eu tinha, se era ciúmes de algumas coisas que ela falava, por haver pessoas envolvidas, como meu marido, meus filhos e parentes, e pela minha atração por ela. Me senti conflitante, confusa em vários momentos. Eu queria uma boa desculpa para me afastar dali, pois eu queria sumir a qualquer custo. Ela veio tirar satisfações comigo. Ainda na escada, senti a perigosa aproximação dela, querendo me beijar, me fazendo permitir apenas um abraço. Aquele cheiro, aquele aroma de mulher, a tentação de me entregar a ela. Durante todo o churrasco que estava acontecendo lá, as conversas se intensificaram e meus sentimentos também. Eu não compreendia, pois nunca imaginei viver algo assim. Mas eu me permiti me jogar, me entregar para ela. Por fim, criei uma saída. Fomos buscar cerveja na madrugada. Andando pelas ruas, nossas mãos se tocaram novamente. Aquela sensação de novo. Tive tanto medo. Medo de não conseguir lidar com tantas emoções, com tantas sensações. Eu, hétero a vida toda, no alto dos meus 30 anos, me deixei levar. Me vi beijando aquela mulher, como se estivesse devolvendo àquela mulher o beijo que ela me deu. Quase perdermos nossos brincos. Nos beijamos muito. Não queríamos mais parar. Nossas bocas estavam conectadas intimamente. Poderia ter sido dela ali mesmo, entre as flores, naquela praça. mas me privei. Não deixei acontecer ainda. Estávamos completamente concentradas uma na outra. Os sentimentos falavam por nós.
Voltamos com as cervejas e fingimos sermos apenas amigas. Naquela noite, minha família e eu dormimos lá. Ficamos conversando na sala, até que fui para o quarto e ela foi atrás. Outro momento de perigosa aproximação, chegando ao ponto de meu marido nos pegar de mãos dadas, embaixo do edredom, tentando dormir juntas. Mas a realidade nos chamou e não aconteceu. Na manhã seguinte, notei seus olhares para mim, embora fingíssemos que estava tudo bem. Passamos o dia em família e mais nada. Nenhuma aproximação. À noite, trocamos mensagens e eu estava disposta a colocar um ponto final. Mas, para minha surpresa, ela não aceitou e acabou me convencendo de que poderíamos viver aquilo.
Finalmente chegou a noite da véspera de Natal e fomos para a casa da sobrinha dela. Todos estávamos reunidos, em harmonia e alegria. Naquela noite, fui ao quarto dela, enquanto meu esposo estava no quarto ao lado. De toalha, molhada do meu banho, entrei como se a quisesse provocar. Ela não se conteve e tentou me possuir ali mesmo, embora eu, embriagada, resistisse.
Já era impossível contermos nossos desejos. Meu marido e filho dormiam, sem saberem do houve ali. Ela veio com tudo para cima de mim e eu me entreguei de corpo e alma para ela. Foi lindo. Roupas arrancadas, beijos e carícias nos tomaram. Nossas bocas eram uma só, nossas vontades se misturaram em prazer. Naquela noite de Natal, eu a amei e ela me amou. Sua boca me percorria o corpo todo. Sentia ela sugar meus seios e me provocar inteira. Eu a queria, a desejava. Quando ela chegou em minha vulva, ela tomou com vontade o que ela mais queria para si. Esse alimentava do meu prazer e da minha excitação. Como eu podia sentir tanta vontade. Suas mãos me invadiam e me torturavam. Uma loucura absurda e surreal, mas uma realidade que eu quis e estava disposta a apreciar cada segundo. Foi quente, carinhoso, uma coisa de sentimentos mesmo. Como era minha primeira vez, ela se preocupou mais comigo e em me satisfazer. Nossas pernas se cruzaram. Nossas vulvas ficaram se tocando o tempo todo, em movimentos irresistíveis. Estávamos afoitas, querendo uma à outra, incapazes de parar para nada. Enquanto nos entregávamos, nossas bocas estavam coladas e nossas línguas duelavam intensamente. Fomos ao delírio juntas. Foi intenso, gostoso, inesquecível. Foi uma coisa de querer, de vontade. Mas meu bebê acordou chorando e tive que voltar para a realidade.
Na manhã seguinte, outra vez, nosso teatro se fez presente e ninguém notou que fomos uma da outra na noite anterior e curtimos o almoço de Natal tranquilamente.
Passamos a namorar às escondias, sempre de maneira muito quente e sensual. Eu tentei, por várias vezes, romper aquilo, pois não estava disposta a seguir em frente, mas era mais forte que eu. Ela é muito especial para mim.
Na virada de ano, eles é quem vieram para cá. Fizemos amor assim que foi possível, pois não conseguia me conter perto dela. Novamente, conseguimos um espaço para nos entregarmos. Dessa vez, fui em quem quis satisfazer a ela. Quis que ela sentisse tudo o que me fez sentir. Então, a beijei inteira, passando minha boca em seu pescoço, seu colo e seios, até chegar em sua intimidade, onde meus dedos fizeram por mim ela sentir um prazer que ela nem esperava sentir. Enquanto eu usava meus dedos cada vez mais intensamente, ela segurava minha cintura e nos beijávamos loucamente. Quando ela já estava completamente molhada, me sentei sobre ela e fizemos nossos corpos se moverem intensamente, provocando todo o tipo de sensações em nós duas.
Assim, mais uma vez, agora com mais voracidade, fizemos amor apaixonadamente. Foi ainda melhor e mais gostoso que na noite de Natal. Porque, agora, a minha vontade era uma certeza ainda mais completa e se somava a dela intimamente. Eu apenas queria que ela sentisse o mesmo que me fez sentir antes.
Depois de transarmos mais vezes, chegamos à essa semana. E a amizade dela, que já era especial, tornou-se mais ainda. Mas como enfrentar o dilema? Será que sinto mais prazer com ela do que com meu marido. A resposta é não. Eu digo que sinto prazer com os dois na mesma intensidade. A diferença é que ela é mais carinhosa, mais próxima de mim, me cuidando, me querendo. Já com ele, eu sinto muito prazer, mas ela é quem me preenche na carência, na solidão.
Agora, por mais que eu a sinta presente na minha vida, entrem um conflito interno, pois amo meu marido e amo o que eu tenho com a Jade. É a soma dos meus lados, que me tornam completa em todos os sentidos. Podem me julgar, mas é a minha felicidade aqui. Eu quero mais é ser feliz.Ismael Faria
Baseado no relato de Ana
DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS
LEI Nº 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998.
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Contos de Paixão
Short StoryUma coleção de contos eróticos, sendo alguns deles fictícios e outros baseados em relados de seguidoras do Projeto. Os textos são escritos sem palavras explícitas ou de baixo calão, usando um vocabulário discreto, mas cheio de sensualidade e paixão...