Esta é uma poesia em homenagem à subcultura gótica e aos góticos em geral.
Durante remotos tempos
Habitaram ímpares seres
Nas guerras, igrejas e livros
Nas casas, filmes e pedidos
Depois retornaram arquétipos
Que nunca foram outrora vistosTeclados, pianos e baixos
Em sua boate vergastavam
E os espíritos lúgubres dançavam
Repletos de dores e amarras
O som pulsante das guitarras!Eram filhos do spleen acumulado
Artistas ricos da tragédia
Vanguarda macabra sem rédeas
Com seus sonoros lirismos
E seus átonos eruditos
Assim criaram-se, aflitosNo poço britânico se ascenderam
E no globo logo se estenderam
Ousados, sombrios, robustos...
Contestando o seu evasivo espaço
Com versos em rebelde traçoEsses espectros são eternos!
Performaram-se nas batidas tribais
No ruído dos lobos, morcegos e corvos
Nas correntes, coturnos e necrófagos
Sambando no seu íntimo, melancólicos
Pelos cemitérios e vias assombrosasÀs artes todas chegaram, triunfantes
Pois seu violino pagão é hipnótico e mágico
Valendo-se de estruturas abstratas
Numa surreal e mental (es)cultura
Enquanto absortos se expandem, como ratos
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ALGAR DE DEVANEIOS (textos poéticos e crônicas) [EM ANDAMENTO]
PoesíaAfunde em um universo de poesias góticas, ultrarromânticas, simbolistas, decadentistas e tudo o que você queira chamar. Aqui, a melancolia e a morbidez dialogam em cada verso, tecem uma teia de beleza nos territórios do macabro, do fúnebre e do somb...