Tempos sóbrios aqueles que te amei
Memórias galantes onde me despedacei
Pois funestos se tornaram nossos sonhos
De risos a golpes, teus olhos, tão medonhosCobriam o monstro que em teu peito habitas
Belos como os de um anjo, postiça senhorita
Suaves, oblíquos, mas cruéis como o frio
Afiados feito espadas, assim tão arrediosComo tu, que sóis tão insossa e devassa
Deu-me o beijo de Judas. Oh, que mordaça!
Quantas horas gastas? Quantas terras?
Escorrego sobre a lama. Tu vês e me enterras.Infinitos perdões evoquei a todos os ventos
De joelhos fiquei, amor, por teus sentimentos
Fostes graça, devaneio, mas também ruína
Para teu gozo agora vivo no escuro. Minha sina.
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ALGAR DE DEVANEIOS (textos poéticos e crônicas) [EM ANDAMENTO]
PoetryAfunde em um universo de poesias góticas, ultrarromânticas, simbolistas, decadentistas e tudo o que você queira chamar. Aqui, a melancolia e a morbidez dialogam em cada verso, tecem uma teia de beleza nos territórios do macabro, do fúnebre e do somb...