Falecido

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Perco-me nessa balbúrdia sem fim.
Uma sensação esquisita de medo;
Coração congelou-se neste frio cego,
Finalizou seu trabalho sem cerimônia.

Cercado de entidades depressoras,
Arrancam-se as penas, uma por uma.
E trovoadas no céu perseguem-me.
Salafrárias
Arruínam o caminho antes pensado,
Meticulosamente.

Um tempo cruel, repetitivo e barulhento.
Sequer permite qualquer pergunta.
E as feridas continuam abertas,
Estão hemorrágicas,
Escorrendo vida,
Incoaguladas.

Uma gangrena fatídica
Que perfura à queima roupa.
Uma dimensão sem escrúpulos.
Este desejo de remate perigoso.

E pego-me sábio, mas insípido.
Um sal corrosivo desastroso
Que bate, tortura, escraviza.
Pois o que vejo são fantasmas da discórdia.

Cansei.
Quebrei.
Fugi.

Daqueles pesos vis;
Mordazes, mas serenos.
Porém, ainda sofro os males de mim.

Esperando o dia em que tudo isso irá acabar.

ALGAR DE DEVANEIOS (textos poéticos e crônicas) [EM ANDAMENTO]Onde histórias criam vida. Descubra agora