Doce Sacrifício

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Marcada para o falecer está a Iluminada
Devorada pelos deuses, ela será sacrificada
E seu coração verá a chaga de uma lâmina
Das mãos pagãs por onde torpe o mal emana

Tocam-se sinos, berrantes, triângulos e tambores
Para dançarem os convidados com secretos fulgores
E assistir ao bater melódico de ossos da cruel vilã
Enquanto o outro arde em mágoa como uma romã

O círculo se fecha, vozes silenciosas sussurram
Durante seu postiço sono eles a empurram
Logo aparecem risadas em dentes quebrados
E sorrisos sórdidos em olhares degenerados

Com chifres numa floresta a profecia se reitera
A chave para a discórdia enfim impera
Tornando o ar obscuro e inabitável
Diante da vitória do algoz detestável
Que para todo o sempre será, então, execrável.

ALGAR DE DEVANEIOS (textos poéticos e crônicas) [EM ANDAMENTO]Onde histórias criam vida. Descubra agora