O tempo produz palavras, momentos e fatos que não podemos explicar. Às vezes algumas coisas nos fazem sentir estranhos, fora de nós mesmos e assim ficamos nos destruindo aos poucos.
Em certos momentos, sinto-me como se uma nuvem melancólica estivesse colocada acima da minha cabeça e não deixasse minha felicidade acontecer. A propósito, esse sentimento já está isento em minha vida, tanto porque ela é muito momentânea e efêmera de forma que fico triste logo depois de um acontecimento muito bom.
Acho que a solidão virou parte da minha rotina monótona, pois passo os dias imerso na minha zona de conforto, dentro da minha casa apenas seguindo uma vida com pouco contato social.
Embora eu estar, de certa forma, cercado de pessoas que gostam de mim, parece mesmo que não sinto essa afinidade percorrer minha vida. Sinto falta de amizades mais fixas e de amores sólidos. Porém, sei que não sou alguém tão carinhoso para merecer algo assim. Porto uma natureza já tipicamente fria e egocêntrica, infelizmente.
Nisso, eu perco-me nas profundezas do esquecimento e da escuridão. Não sou da luz faz muito tempo e as chuvas torrenciais me adoram. As trevas já são minha própria alma, obscura, corrompida por energias negativas. Prossigo tentando esquecer minha tristeza estagnada, mas ela adora me levar até o auge dos campos solitários, onde residem lembranças que não gosto, pois essas acabam com a fina parte feliz de um momento aleatório do dia. Sou um lobo do meu próprio ser.
Salvatore.
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ALGAR DE DEVANEIOS (textos poéticos e crônicas) [EM ANDAMENTO]
PoesíaAfunde em um universo de poesias góticas, ultrarromânticas, simbolistas, decadentistas e tudo o que você queira chamar. Aqui, a melancolia e a morbidez dialogam em cada verso, tecem uma teia de beleza nos territórios do macabro, do fúnebre e do somb...