19 - Distância emocional

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A próxima corrida vai ser no México.

Daniel já partiu há dois dias e eu chego hoje.

Decidi acompanhar o resto da temporada até entrar no mercado de trabalho. Para o poder apoiar.

Sinceramente não é só esse o motivo pelo qual ainda não procurei emprego, confesso que estou um pouco perdida e não sei exatamente em que área quero trabalhar.

Acho que já nem sei se quero ficar em Portugal.

Por muito que eu ame o meu país e a minha família, Portugal não dá o devido reconhecimento aos enfermeiros e isso faz com que o interesse em ficar diminua.

Além de que, namorar com um piloto que está constantemente a viajar pelo mundo, não ajuda em nada.

Sei que é uma decisão só minha, porque na realidade estamos a falar do meu futuro, mas não quero estar presa num emprego que não me vai permitir estar com ele.

Irei ficar quase um mês fora de casa porque vai haver corrida nos próximos três fins de semana, a famosa rodada tripla.

O metro parou na estação do aeroporto e eu com a minha enorme mala saí do comboio e caminhei até à porta do grande edifício.

Confirmei as horas do meu voo e em que balcão podia despachar a minha bagagem.

Após 14 horas de voo cheguei à Cidade do México.

Ao chegar à zona das chegadas, vi o piloto parado de frente para a porta da emigração.

Estava tão bonito. Trazia nos pés as suas habituais Vans e tinha vestido umas calças de ganga básicas e uma camisola branca debaixo de uma camisa preta.

- Olá - digo-lhe com um enorme sorriso. 

Ele sorri e abraça-me. Parece que não nos vemos há vários meses, mas realidade foram só dois dias.

Largo a minha mala e retribuo o abraço. Naquele momento nada mais importava, nem mesmo a possibilidade de haver jornalistas por perto.

Depois do demorado abraço ele ajudou-me a carregar a pesada mala até ao táxi que nos levaria até ao hotel.

Estava a escrever uma mensagem para George a informa-lo que já tinha chegado ao México quando o carro parou na porta do hotel.

Daniel pagou ao motorista e rapidamente saiu do carro para retirar a minha mala, eu agradeço ao simpático motorista e saio também do carro.

Esta um calor abafado no México, cheguei aqui nem há duas horas e já estou com uma vontade extrema de retirar todo este suor do meu corpo.

Como o piloto já aqui está hospedado há uns dias, não houve necessidade de fazer check-in, e por isso mesmo, fomos diretos para o quarto.

O quarto tinha uma grande cama de casal ao centro e um pequeno sofá cinzento de frente para a janela para que pudéssemos apreciar a vista da cidade, que durante a noite fica extremamente bonita.

Daniel entrou primeiro e deixou a minha mala junto à porta da casa de banho e eu corri para junto da janela. Gosto sempre de ver a vista dos quartos de hotel, principalmente se for uma vista citadina durante a noite.

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