O quarto era enorme com uma decoração moderna, ao centro tinha uma cama que cabiam umas quatro pessoas e ainda sobrava espaço, ao fundo havia uma parede de vidro com uma porta, também em vidro, que dava acesso a varanda e à incrível vista para o mar.
Estava extremamente nervosa e por isso tentei ficar o mais longe possível dele, em pé, de frente para a janela fingia estar entretida a observar a paisagem com os braços cruzados de modo a evitar mexer demasiado as mãos, para que ele não nota-se o meu nervosismo. Segundos mais tarde senti que ele se aproximava de mim, com a sua mão quente agarra o meu cotovelo e os nossos corpos unem-se quase como um íman. Baixa a cabeça a altura da minha e sinto o bafo quente da sua boca junto a minha orelha.
- Com a janela embaciada é difícil ver alguma coisa - sei que esta a sorrir e com a mão que não está a segurar o meu braço, abre a porta de vidro que dá acesso a varanda - acho que assim está melhor.
É impossível não sorrir com o atrevimento deste homem. Mantenho a cabeça virada para a frente para que ele não se aperceba do efeito que teve em mim, mas rapidamente a mão que estava no meu cotovelo voa até ao meu queixo obrigando-me a rodar corpo para que fique de frente para ele.
- Mudei de ideias, acho que esta vista é muito melhor - pânico! Fico paralisada a olhar para ele nervosa e sem saber o que fazer. Acho que ele se percebe do meu nervosismo e lentamente percorre o meu rosto com a mão que à momentos segurava o meu queixo e depositando um delicado beijo na minha testa, afasta-se - tenho de terminar as malas, não me posso atrasar.
Estive sentada cerca de trinta minutos numa das cadeiras da varanda para tentar acalmar a minha respiração e tentar que o meu corpo parasse de tremer. Odeio o efeito que ele tem no meu corpo, parece que deixei de ter o controlo sobre mim mesma e é bastante frustrante para quem gosta de ter controlo sobre as situações. Quando finalmente me levantei e entrei no quarto ele já tinha a mala arrumada e agora estava a dedicar toda a sua atenção a uma mochila preta, a mesma mochila que ele usou no dia da corrida. Sento-me na beira da cama o mais longe dele possível.
- Já estás mais calma? Desculpa se te fiz sentir desconfortável.
- Não - minto, odiei o controlo que ele consegue ter sobre o meu corpo - tudo tranquilo.
- Não me pareceste muito tranquila - diz com um sorriso no rosto. Está a provocar-me e a conseguir - estavas a tremer muito para quem estava tranquila, ou estavas com frio?
Naquele momento apeteceu-me saltar-lhe em cima e esganar-lhe aquele largo pescoço, em vez disso, reviro os olhos e ele solta uma enorme gargalhada. Sinto a face quente e provavelmente estou vermelha que nem um tomate, mas acabo por soltar umas gargalhadas com ele, enquanto deixo cair as costas para cima da cama.
- Vou tomar um duche rápido para depois irmos embora.
Quarenta minutos depois estávamos já prontos a sair do quarto em direção ao lobby do hotel. Está tão bem decorado como o quarto, com detalhes dourados e um incrível chão de mármore branco.
- Está ali o George, penso que te o apresentei no domingo - disse indicando com o dedo para um rapaz alto, magro com um boné branco com as letras "Williams" bordadas em azul. Aceno com a cabeça para Daniel em confirmação e enquanto ele faz o check-out dirijo-me para junto de George.
- Olá, sou a Valentina - digo com um sorriso no rosto.
- Olá, sim eu lembro-me, estavas com o Daniel no domingo - disse George com o seu sotaque britânico e com olhos a saltitar entre mim e o Daniel, pergunta - vocês namoram?
- Ooh, não - digo enquanto gesticulo as mãos em negação - só nos conhecemos a semana passada. Ele convidou-me para ir ver a corrida no domingo e hoje pediu-me para o levar ao aeroporto.
- Desculpa assumir que estavam juntos, mas eu vi que saíram juntos da zona que dá acesso os quartos e assumi que namoravam - diz o britânico enquanto ajeita o boné com a mão direita.
- Sem problema - decidi não justificar o motivo pelo qual estava no quarto com Daniel, até porque se o fizesse ia dar a ideia de que realmente estávamos juntos - és piloto, não és? pela Mercedes?
- Sim, sou piloto, mas não pela Mercedes - diz enquanto aponta com o dedo para a palavra "Williams" do boné.
- Aah, mas tinha a ideia que vi o símbolo da Mercedes na tua camisola no domingo - disse confusa.
- E viste bem, a Williams é como se fosse uma sub-equipa da Mercedes, mas o meu sonho é um dia chegar a Mercedes - disse com um largo sorriso nos lábios - é a equipa que tem liderado os últimos anos.
- Vais conseguir - digo-lhe com um ligeiro sorriso no rosto - Acredito que tenhas potencial para isso, com o que o Daniel me disse, acho que fizeste uma boa corrida no domingo.
- Achas? - diz entre gargalhadas.
- É que eu ainda não percebo muito bem o desporto - admito.
- Do que é que vocês se estão a rir? - questiona Daniel ao chegar junto de nós.
- A Valentina acha que eu fiz uma boa corrida no domingo - diz George enquanto roda o seu corpo para ficar de frente para Daniel.
- E acha muito bem - responde-lhe Daniel - ficaste em quinto lugar com um Williams.
Ficámos ainda alguns minutos a conversar e acabei por trocar o número de telemóvel e o Instagram com George e assim que o piloto da McLaren viu as horas, tivemos que sair do hotel apressadamente para finalmente ir para o aeroporto.
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O meu mundo de formula 1 - Livro I
Fiksi PenggemarValentina tem 23 anos e está quase a tornar-se enfermeira. Neste verão decidiu realizar um sonho antigo e viajar sozinha, para as mais bonitas praias do seu país. Foi durante uma das suas caminhadas que o conheceu. Daniel Ricciardo, piloto de formu...