15 - Vem comigo

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As memorias da noite anterior demoraram a chegar e demoraram a ser aceites. Liv tivera um papel importante para alcançar todas essas memorias, principalmente no que aconteceu na discoteca. 

Durante a tarde Liv saíra com Isaac e eu decidi pegar nos meus fones e ir caminhar para um parque que há junto à casa da minha melhor amiga. 

Foi mais um momento para conseguir organizar as minhas ideias e pensar em tudo o que aconteceu nas últimas semanas da minha vida. 

É ridículo e ao mesmo tempo fascinante como a minha vida mudou nas últimas semanas, tupo por causa de uma pessoa.  

Não consigo decifrar o que sinto por ele, muito menos o que ele sente por mim. Mas quero acreditar que isto é apenas uma amizade. Uma amizade que partilha um desejo ardente, mas nada mais que isso. 

Quando olhei para o meu relógio já estava quase há duas horas a caminhar, demorei mais do que estava a pensar. 

Apresei o passo até casa da minha melhor amiga para poder tomar um duche e vestir-me para o jantar, para o qual nem tive oportunidade de opinar. 

O relógio já marcava 20.07h quando recebi uma mensagem.

"O homem mais bonito que alguma vez já viste em toda a tua vida está a porta da casa da tua melhor amiga. Espero que a mulher mais bonita já esteja pronta. Danny Ricc" 

Impossível não revirar os olhos com o conteúdo da mensagem. Terminei de calçar as minhas All Star brancas, atirei o telemóvel para a minha carteira e saí de casa.

- Vou-te oferecer uns sapatos nos teus anos - diz-me o piloto a olhar para os meus pés.

- Porquê? - questiono confusa. 

- Sempre que estou contigo tens umas All Star calçadas.

- Eu pelo menos uso All Stars de cores diferentes, tu estás sempre com as mesmas Vans - respondo olhando para os pés dele. 

- Touché - diz o piloto com um leve sorriso no rosto e esticando a mão para eu poder entrelaçar os meus dedos no dele. 

Caminhámos durante alguns minutos em direção ao parque onde há pouco tinha estado a caminhar.

- Onde vamos? - questionei curiosa.

- Já vais ver - respondeu enquanto reduziu a passada até parar junto de um carro estacionado no estacionamento do parque - fecha os olhos. 

- O que? Porquê? 

- Confia em mim, fecha os olhos. Não te vou fazer nada de mal, já pensaste no que ia acontecer se nas noticias aparece, piloto de f1 mata rapariga portuguesa. 

- Que engraçadinho - disse colocando as mãos no rosto para tapar a minha visão.

Sempre ouvi dizer que, quando se perde um dos sentidos, os outros ficam mais apurados. E foi exatamente o que aconteceu, conseguia ouvir cada movimento que Daniel fazia e tentei recriar cada um deles com a minha imaginação. 

-Já podes abrir - disse enquanto o ouvia a caminhar para junto de mim. 

A minha frente estava um carro com a mala aberta e lá dentro havia um cesto de piquenique e uma grande manta. 

- O que achas? - questionou com um sorriso orgulhoso.

- Vai depender da comida que está dentro daquela cesta.

- Então acho que o melhor é começarmos a comer - o australiano agarra na cesta e com a mão livre pede-me ajuda para levar a manta. 

Apesar de já serem quase 20.30h ainda havia uns restos da luz do sol e eram poucas as estrelas que já deixavam ver. Estendemos a manta no relvado junto ao rio mondego e começamos a retirar tudo o que estava na cesta. 

O meu mundo de formula 1 - Livro IOnde histórias criam vida. Descubra agora