Valentina tem 23 anos e está quase a tornar-se enfermeira. Neste verão decidiu realizar um sonho antigo e viajar sozinha, para as mais bonitas praias do seu país.
Foi durante uma das suas caminhadas que o conheceu. Daniel Ricciardo, piloto de formu...
Dou um salto da cadeira quando percebo que Daniel está quase a ultrapassar Mas Verstappen e a cruzar a meta. Os poucos segundos em que isso acontece parecem longos minutos. Toda a equipa da McLaren está paralisada para tentar perceber quem afinal vai ser o vencedor desta corrida.
Os dois pilotos terminam a corrida lado a lado. Apenas uns minutos mais tarde da bandeira de xadrez é que há confirmação de que, Daniel Ricciardo, é o grande vencedor do gp de Portugal.
Toda a equipa que estava na garagem está agora a correr para junto do piloto para celebrar a sua conquista. Michael perguntou se eu queria ir com eles e eu afirmei com a cabeça.
Ao chegar junto aos pilotos que conquistaram o pódio, vejo Daniel num abraço coletivo com os mecânicos e engenheiros da equipa. Decidi ficar de fora da comemoração a observar com um largo sorriso orgulhoso no rosto.
De seguida os pilotos foram chamados para o pódio para receberem o seu premio e abrir a garrafa de champanhe. E como de costume o piloto australiano faz o famoso "shoey".
Já passavam cerca de 40 minutos desde que os pilotos subiram ao pódio.
Depois de ver Ricciardo a beber o champanhe do seu sapato, voltei para a pequena sala onde ele costuma fazer os seus treinos com Michael. Aproveitei este tempo a falar com a minha minha família e também com Olívia. Depois das longas chamadas aproveitei para verificar as minhas redes sociais, até que alguém entra para a sala.
- Daniel! Que susto. - digo enquanto dou um pequeno salto por não estar a espera que alguém entrasse na sala. Ele entra com um grande sorriso e com os braços abertos a aguardar que eu lhe desse um abraço, para finalmente conseguir celebrar com ele.
- Não vens abraçar o melhor piloto de sempre? - fiquei alguns segundos a olhar para ele e a pensar na proposta que me tinha feito, mas o facto de estar todo molhado de suor e champanhe fez-me recear. O piloto manteve os braços abertos e então levantei-me e corri para os seus braços.
- Parabéns, ainda não sei se és o melhor, mas hoje estiveste muito bem. - ficamos naquele abraço apertado por vários segundos e consegui sentir o seu coração acelerado por de baixo da sua roupa molhada. No momento em que saímos do abraço, os nossos rostos ficaram bastante perto um do outro.
Os nossos narizes a poucos milímetros de distância.
A sua respiração acelerada no meu rosto.
Os nossos olhares fixos no outro, com um enorme e crescente desejo.
Mantivemos o contacto visual por vários segundos até que Daniel percorre o meu rosto com olhos e fixa-os nos meus lábios.
Engulo em seco, nervosa, sabendo o que vai acontecer de seguida.
Pelo menos...
Achava que sabia.
- Ups, desculpem! - diz Michael ao entrar na sala. Eu e Daniel saímos do transe e entramos na realidade, terminando o contacto entre os nossos corpos e diminuindo o desejo, que até à poucos segundos era bastante intenso. - Não sabia que estavam aqui, só vim buscar as minhas coisas, para voltar ao hotel.
- Estão aqui. - diz Daniel ao pegar numa grande mochila preta e entregando para o treinador.
- Obrigada, boa corrida hoje. - diz o treinador australiano enquanto olha para o piloto com um sorriso nos lábios e acena com a mão esquerda, para se despedir. Eu retribuo com um sorriso e sento-me numa das cadeiras da sala para processar tudo o que tinha acabado de acontecer.
Daniel vira-se de costas para a porta para me encarar e fica assim algum tempo até que ganho coragem de olhar para ele.
- Gostaste do dia de hoje? Já deu para teres mais uma ideia do que é a Formula 1?
- Sim, o dia foi incrível e acho que talvez até esteja a começar a gostar disto. - digo enquanto olho em volta da sala, em forma de o fazer entender que me referia a todo o ambiente que a Formula 1 e o Paddock oferecem.
- Ótimo, assim podes vir mais vezes às minhas corridas. - diz o australiano com um enorme sorriso.
- Vou pensar muito seriamente sobre esse assunto. - digo em forma de provocação.
- Sei que não vais resistir - diz o piloto ao som de uma gargalhada - pronta para voltar ao hotel?
Aceno com a cabeça enquanto pego nas minhas coisas e me dirijo até a porta, o piloto segue-me.
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Já depois de chegar ao meu quarto e de tomar um bom duche, deito-me na cama por cima dos lençóis, para refletir sobre tudo o que aconteceu no dia de hoje.
Foi incrível ver Daniel a ganhar e sinto-me realmente feliz em vê-lo tão feliz e realizado. A felicidade dele é a minha felicidade.
O quase beijo, foi...intenso. Não sabia o que estava a fazer, quer dizer, sabia, mas ainda me sinto tão confusa.
Ainda tenho dúvidas se devo confiar a 100% nele. O coração diz-me que sim, mas tenho receio de me magoar. Se pensar bem, se nunca arriscar nunca vou conseguir estar numa relação.
