10 - Adeus

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Desliguei o motor do meu carro e olhei para ele, a espera que se despedisse, mas após retirar o seu sinto retira também o meu e sai do carro. Fiquei por alguns segundos sentada, só depois decidi sair e fui para junto da bagageira de onde ele já tinha retirado todas as suas coisas. 

- Sabes que podes entrar no aeroporto, mesmo que não vás viajar - disse em tom de brincadeira.

- Sei, mas não gosto da tua companhia e estava a tentar fugir - digo para entrar na brincadeira dele. Ele sorri mas depois fica com uma expressão séria no rosto.

- Espero mesmo que estejas a dizer isso na brincadeira - olho para ele com uma expressão de "é obvio que é a brincar" e carrego no botão da chave do carro para o poder trancar.

- Vamos, antes que percas o avião - estiquei a minha mão para ele numa tentativa de perguntar se ele precisava de ajuda a levar alguma coisa, em vez disso, ele encaixa a mão dele na minha entrelaçando os dedos nos meus. A sua mão estava quente e parecia que os nossos dedos foram feitos para estarem assim, sorri e comecei a andar em direção a porta do aeroporto. 

Sem nunca largar a minha mão, Daniel fez todo o processo de check-in e quase a entrar na zona da segurança ele para obrigando-me a parar também. 

- Já não podes passar a partir deste ponto. 

- Eu sei - digo baixinho. Estou triste, sei que é por ele ir embora, mas sinto-me estupida por estar assim por um rapaz que conheci nem à duas semanas. 

Ele percebe que fiquei triste e larga a minha mão para poder encostar a mala numa cadeira que estava ao nosso lado, de seguida vira-se para mim e abre os braços para me oferecer um abraço. Sem pensar duas vezes solto um pequeno e tímido sorriso e dou um salto para me poder encaixar nos seus braços. Foi um dos abraços mais reconfortantes da minha vida. Ao encostar a minha cabeça no seu ombro ele inclina-se um pouco para trás e levanta os meus pés uns poucos centímetros do chão. 

- Não és a única que está triste, portanto não tenhas vergonha de te sentires assim - disse baixinho encostando os seus lábios junto ao meu ouvido. Não consigo evitar sorrir com as palavras dele e é bom ficar a saber que ele também se sente assim e que não estou a ficar louca por desenvolver sentimentos por uma pessoa que conheço apenas à uns dias - tens a certeza que não queres ir comigo?

- É um bocadinho tarde para comprar bilhetes. - digo em tom de brincadeira, porque mesmo que fosse possível comprar os bilhetes eu não poderia ir com ele. 

- Eu posso sempre tentar arranjar um espacinho na mala para te levar. - responde com um sorriso - tenho mesmo de ir embora agora.

- Eu sei, boa viagem - odeio despedidas! Tento não pensar muito no assunto, vai ser melhor assim. Até porque é quase impossível eu despedir-me de alguém sem chorar e ser o mais fria possível, vai ajudar-me a não criar um oceano de lágrimas no meio do aeroporto. 

- Gostei de te conhecer, espero que um dia nos possamos voltar a ver - diz com um sorriso bem pequenino no rosto. Conheço-o a pouco tempo mas sei que quando não há um sorriso naquele rosto significa que algo o preocupa. 

- Igualmente - sorrio e saio dos seus braços para finalmente deixa-lo ir. Não quero vê-lo a passar daquelas portas, porque vou começar a chorar e não lhe quero demostrar isso. Viro-me e vou embora, não consigo olhar para trás, é melhor assim. 

O resto das ferias foram mal aproveitadas, senti que não tinha tanta energia e por isso mesmo na sexta antes de me deitar já tinha as malas todas prontas para partir no dia seguinte

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O resto das ferias foram mal aproveitadas, senti que não tinha tanta energia e por isso mesmo na sexta antes de me deitar já tinha as malas todas prontas para partir no dia seguinte.

No sábado acordei antes da hora que tinha planeado, e acabei por me vestir tranquilamente para fazer tempo de o restaurante do hotel abrir o serviço de pequeno-almoço. Podia fazer o check-out até ás 14h, mas passavam poucos minutos das 11h quando já tinha todas as minhas coisas na mala do carro. Antes de partir com destino a casa passei pela zona da praia para me poder despedir do mar, um ritual que tenho sempre que vou embora de férias. 

As quatro horas de viagem foram tranquilas, adoro conduzir principalmente se tiver uma boa playlist para me distrair. 

- Aai a minha filha - berra a minha mãe assim que vê o meu carro parar na garagem

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- Aai a minha filha - berra a minha mãe assim que vê o meu carro parar na garagem.

- Mãe, por amor de Deus, é preciso gritar? - digo com as mãos nos ouvidos enquanto saio do carro. 

- Claro que é, dá cá um abraço a mãe - diz com um enorme sorriso no rosto e com os braços abertos na minha direção. 

- Cheira bem, o que estás a cozinhar? Já tinha saudades da tua comida - digo enquanto sinto o meu estômago a roncar. 

- Já vais ver, convidei os teus avós e os teus tios para jantar - diz enquanto se afasta com o pano de cozinha na mão.

Nem eu esperava outra coisa, a minha família é muito unida e não é preciso haver um motivo especial para irmos comer a casa uns dos outros. Tinha saudades de casa. Viro-me para o carro para retirar todas as minhas coisas quando sinto alguém a aproximar-se.

- A tua mãe mando-me vir ajudar-te - disse o meu pai contrariado. O meu pai é um homem muito trabalhador e não quer que falte nada à família e por isso mesmo passa horas a fio a trabalhar. Mas isso trás a suas consequências, é um pai ausente e não temos muita afinidade. Não significa que não goste dele, porque gosto, mas não há grande partilha de momentos. 

- Obrigada e também é bom ver-te pai. 

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