Psiquê
Quase caindo no sono, após esperar por horas nesse aposento escuro, com uma única vela acesa deixado por Zéfiro distante de mim. Estava cansada, triste, sem saber o que o futuro me guarda, tendo em mente que estaria a "espera" do meu esposo, alguém que não sabia de quem se tratava mas que não estava feliz por isso.
Eu sempre acreditei em me casar com alguém que amasse e me amasse também, que essa pessoa me fizesse sentir a melhor coisa do mundo em seus braços e que me sentisse protegida diante a ele. Deixando acontecer tudo naturalmente e de forma leve.
Mas como realizar minhas expectativas se nem ao menos tive o toque da paixão antes mesmo de se tornar meu marido?
Desperto lentamente ao amanhecer, não me recordando de ter caído no sono em uma grande coberta de pêlos macios sobre meu corpo. Me espreguiço e consigo sentir um cheiro perfumado pairando por todo o quarto, era bom. Procuro por o que ou quem quer que fosse e me assusto ao deparar com a sombra do que parecia ser um homem.
— Dormiu bem, Psiquê? — ouço a voz vir de sua direção, sua voz era rouca e calma.
Tento focar ao máximo minha visão enquanto levanto lentamente da cama, mas mesmo com a luz do dia tentando adentrar no quarto, ele estava parado em um lugar escuro, limitando minha visão sobre ele.
— É você... — falo insegura ainda buscando enxerga-lo. — M-meu esposo?
— Vou pedir para que não me olhe, Psiquê.
— Você é um monstro, isso não é o pior, eu já estou a mercê de estar casada com alguém que não amo. — não sentia medo, dizia com a cabeça erguida dando alguns passos em sua direção mesmo sabendo que poderia estar deparada com um terrível monstro a minha frente, por mais que sua presença não me pareça isso.
Sua sombra desaparece e como mágica, o sinto atrás de mim, me deixando surpresa, porém me impedindo de me mexer e virar para trás, como uma força maior sem precisar que ele me toque.
Como ele faz isso?
— Não sou tão monstruoso quanto acreditas, querida. — diz com a voz suave me causando um estrondoso arrepio, uma sensação prazerosa corria por minha pele enquanto meu coração batia forte contra o meu peito. — Eu não quero que me veja, preciso que você me prometa, Psiquê. — sua voz ficava a cada segundo mais lenta perto do meu ouvido fazendo com que os arrepios só aumentassem, a ponto de ter vontade de fechar os olhos pela sensação. — Você promete?
— Prometo... — digo sofrêgo, a sensação que ele me causava era boa, muito boa.
Sinto-o inalar o meu cabelo, passando os seus dedos levemente em um dos meus braços.
— Tem um banquete te esperando. — diz rouco e se afasta, fico parada onde estou sem me virar em sua direção. — Vista isso.
Ouço indo embora fechando a porta em seguida, viro em direção a cama e lá estava uma vestimenta com acessórios belíssimos no quais não estavam antes.
— Uau! — digo agraciada diante a esse poder que ele tem.
A propósito, qual será o seu nome?
Após me vestir saiu do aposento me deparando com um corredor escuro, sem nenhuma janela ou porta apenas velas iluminando o caminho, logo me deparo com uma escada, desço lentamente, desconfiada a cada degrau que avanço.
Depois de uns cinquenta degraus abaixo, chego em outro corredor, totalmente o oposto do anterior. Era mais largo, com grandes janelas iluminando, candelabros, cortinas da cor vermelha que ia do teto ao chão. Sigo caminhando sem saber para onde ir, era tudo muito grande, e belo.
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I am Eros
Random"Quando a alma encontra o amor ela volta mais tarde para buscar o que é teu." Observação: história inspirada na mitologia grega do deus do amor Eros e princesa Psiquê, fazendo junção com Eros (Starfox) herói da Marvel, com a intenção de ser um drama...