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Eros

Caminho lentamente com uma lança na mão e duas flechas na outra a procura de um casal para que sejam minhas vítimas.

Não, não. Não sou nenhum caçador cruel, longe disso. Minha missão é somente juntar casais, duas pessoas sentir a paixão repentina um pelo outro, um amor quente e ingênuo, que os façam se gostarem ardentemente.

É por isso que sou conhecido como Eros, deus do amor, filho de Afrodite, deusa da sexualidade e do amor.

Após encontrar uma jovem moça colhendo algumas maçãs e as colocando em sua cesta entre algumas árvores, avisto também um rapaz em um cavalo galopando distraidamente, abro o sorriso, sapeca diante ao que adorava fazer, encaixando uma flecha no arco e mirando no rapaz, para após, mirar rapidamente na jovem.

A flecha não os machucavam, ao chegar neles ela não era mais sólida, se transformava em poucas purpurinas de várias cores e adentrava em seus corações, exalando um perfume sensual e doce, fazendo com que os olhares se encontrem rapidamente, e como resposta, os corações disparam, mandando adrenalina por todo o corpo e seus cérebros capitando a dopamina, o hormônio liberado no processo da atração física, com um pouco de ocitocina para ajudar no tão esperado amor a primeira vista.

Comemoro aos pulos ao vê-los trocando olhares, com o rapaz se aproximando nitidamente encantado, descendo do cavalo e indo devagar até a jovem. A mesma já parece tímida, suas bochechas agora estão rosadas, com a cabeça baixa pela a vergonha que o momento causa. A jovem derruba sua cesta cheia de maçãs, fazendo com que ele não demore em oferecer ajuda em pegá-las, eles se abaixam juntos, tocam suas mãos ao pegar a mesma maçã e se olham intensamente, próximos um do outro, intercalando entre os olhos e a boca um do outro.

E eu estava orgulhoso por isso!

Me afasto dali deixando que o amor faça o resto do serviço por mim e volto ao palácio, me deparando a mamãe irada por algum motivo.

— Isso é inadmissível, eu não vou tolerar isso! — berra a senhora Afrodite andando para um lado e para o outro em frente a um espelho.

Um espelho que sempre a pego conversando como se o mesmo a respondesse.

— O que houve, mãe? — faço reverência em respeito e me aproximo.

— Não acha tamanha audácia alguém querer ser mais atraente do que a deusa Afrodite e fazer com que meus homens não me adorem como antes?! — fala com tamanha raiva que mudo a expressão, sem compreender.

— Como assim?

— Eros, tem uma jovem princesa do reino dos mortais, uma mortal, tendo mais beleza do que a mim! — diz convicta. —  Estão a confundindo com deusa de Vênus.

— Eita! — isso realmente é assustador, mas não vejo tamanho motivo para essa revolta.

— Deusa de Vênus sou eu, Eros. E essa mortal insignificante quer tomar o meu lugar!

Deusa de Vênus, uma imortal, deusa, com poderes da formosura, sensualidade e amor, também tendo prática com a hipinose com quem quer que seja para somente seus caprichos carnais.

— Mas como sabes, como tens tanta certeza que quer tomar o seu lugar? Conhece essa princesa?

— Não, mas o espelho conhece, ele me contou.

— Ah, claro, o espelho. — digo com sarcasmo dando uma leve risada, mas sou surpreendido com o teu olhar de ira e raiva, fazendo com que tudo escureça a nossa volta e seus cabelos loiros escuros comece a se mover como se estivesse dentro d'água, mudando toda a cor dos seus olhos os deixando azuis cor do mar por completo.

I am ErosOnde histórias criam vida. Descubra agora