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Eros

Após sentir algo quente respingar no meu peito, acordo assustado, mas o pavor ainda é maior por ver que Psiquê está a minha frente, olhando para o meu rosto e a vela caindo ao chão, apagando seu fogo.

Eu sentia meu peito doer diante a promessa quebrada e com todo o risco que se instala.

— Eu... — ouço a voz de Psiquê na escuridão, amedrontada.

— Por que fez isso?! — a voz se altera, seria impossível disfarçar a minha irritação. — Você prometeu, Psiquê! — o choro se instala na garganta, em meio a escuridão, pego um tecido qualquer para tapar minha nudes e saiu de seu quarto.

Amor, me perdoa... Volte, por favor. Deixe-me explicar. — sua voz embargada atrás de mim, não ousei olhar em sua direção, só desci aquelas escadas escuras até chegar no corredor clássico do palácio, mais iluminado por conta dos candelabros. — Meu amor...

Viro em sua direção, noto que colocou a vestimenta de seda com laço a frente em volta de sua cintura para tapar também sua nudes, Psiquê me olha tão intensamente, sem desfocar dos meus olhos enquanto suas lágrimas caiam.

— Por que?! — digo magoado também entre lágrimas.

— Me perdoa, eu não entendia... Eu... Precisava ver teu rosto, já não aguentava viver assim, me perdoa.

— Psiquê, não é atoa que pedi para que não me olhasse. — viro as costas novamente, dando socos e pontapés em qualquer coisa que via pela frente, caminhando até a grande escadaria puxando fortemente meus cabelos para trás.

— Mas não compreendo, você não é... Nenhum monstro. — percebo parar no meio do caminho, volto a olha-la e estava nitidamente perdida consigo mesma, chorando descontroladamente.

— Eu não sou um monstro, mas o que estar por trás de te mandar para aquele monte sim, Psiquê. Mas do quê adiantou?

Psiquê tenta dizer algo mais, ficamos nos encarando, perdidos um no outro, sem mais falas, ela põe as mãos sobre sua boca e volta em direção ao seu quarto, aos prantos, enquanto eu, fico parado, com medo de haver alguma ligação com minha mãe.

Zéfiro não acompanhou muito nossa relação, dei serviço a ele direto com os cavalos no qual ele gosta muito, mas diante desse acontecido, não pude deixar ele sem essa informação.

— Zéfiro precisamos conversar! — falo ao me aproximar.

— Eros, você está com uma cara nada boa. — analisa meu rosto preocupado.

— Não tem como estar de outra forma, Zéfiro. — minha voz embarga, suspiro, imaginando o inferno que pode vir acontecer.

Por me conhecer como ninguém, ele sabia qual era o motivo do meu incômodo.

— Psiquê? — minha resposta diante a isso é deixar que as lágrimas caiam. — Afrodite! — Zéfiro arregala seus olhos e põe a mão sobre seu pescoço. — Minha cabeça!

Buscando nos acalmar, sabemos que com uma tropa de guerreiros não limitaria a deusa Afrodite, mas ainda assim, tentariamos.

Prometi proteger Psiquê e Zéfiro contra minha própria mãe, minha palavra não cai por terra.

Passaram-se três dias em que Psiquê viu meu rosto, desde então, também não saiu do teu quarto, somente suas criadas vão até lá para oferecer o que comer e preparar o seu banho, estava revoltado, decepcionado, mas não posso omitir que também estou morto de saudades de Psiquê.

Enquanto tomo uma taça de vinho como forma de amenizar o estresse e tensão, ouço a voz tão conhecida de minha mãe, me causando calafrios.

— Que saudades  do bebezinho da mamãe. — Afrodite simplesmente aparece na sala principal, daquela forma que não me aterrorizava, mas hoje já o faz. — Ou devo dizer, traidor?! — seu sorriso cínico muda para expressão de desprezo, me analisando por completo. — Você sempre deu muito trabalho com suas travessuras, mas essa última, meu amado filho, só me trouxe dores de cabeça. — sigo em silêncio. — Cadê ela, Eros?

I am ErosOnde histórias criam vida. Descubra agora