I am Eros

24

E mais uma noite durmo no quarto de Eros, mais uma noite em que quando saio dali todos olham sabendo bem o que aconteceu e Ikaris me olha extremamente chateado.

Me xingo mentalmente, Eros é um tremendo de gostoso o que eu posso fazer?

Os dias passam que toda a confusão que alguns de nós causamos era como se nunca estivesse acontecido, bem coisa de família acostumada com brigas infantis. Logo estávamos treinando e exercitando, era uma delícia fazer par com Makkari, nos divertimos bastante enquanto treinamos uma batalha.

Observo Ikaris de regata branca quieto ao canto, somente dando socos em um saco específico para isso, ele estava me evitando desde que me deitei com Eros após a ceia. De fato não o julgo, literalmente os prendi com os enfeites para parem com a discussão que a aliás era por causa de mim e no fim me deito com o motivo.

A vida é feita de tentações e injustiças.

Me aproximo do bonitão após terminar com que estava fazendo com Makkari, um pouco sem graça pelo o que poderia dizer a princípio.

— Ikaris... — não compensava enrolar ou vir com desculpas para falar com ele, deveria ir direto ao ponto por respeito aos seus sentimentos, sabia que algo estava acontecendo. — Me desculpa, eu... — e agora, que merda eu digo?

— Desculpa, pelo o quê? — diz presunçoso, me arrependo por ter vindo até ele.

— Pela noite da ceia, te joguei longe, te prendi com os enfeites, sei que sua intenção era das melhores e...

— Estou longe de estar chateado por isso. — fala voltando com seus socos naquele saco.

— Bom, eu... — e o homem me interrompe de novo, não gosto disso.

— Realmente, Medusa, sendo sincero. Estou apaixonado por você. — diz calmamente ainda mostrando sua chateação, e eu claro, travo da onde estou. — Mas depois da ceia, mesmo com todo esse seu jeito genioso e rebelde, conseguir enxergar que não é recíproco, me dói isso.

— Ikaris, eu gosto de você, mas não dessa forma.

— Eu sei. — diz simplesmente olhando para mim. — Você está apaixonada pelo Eros.

— O que?! — não poderia estar ouvindo aquilo. — Olha, sei que todos aqui sabem que transei com ele algumas vezes, mas não é nada disso, não passa de sexo.

— Não estou falando do sexo de vocês, não quero saber disso. — indignado, virando as costas pra mim e começando a me irritar. — Estou falando do que acho que nem vocês percebem. Esta no olhar. — suspira, voltando para minha direção. — Não sei se consigo acreditar no fato dele também sentir o mesmo, pois até Eros mudou. Sempre será insuportável, mas algo nele mudou e sabemos quem causou isso.

Olha para trás quando ele aponta levemente para mim, como uma adolescente sonsa que não sabe de como é feito e sentido o amor.

E talvez realmente não saiba.

— Eu vim aqui me desculpar, pois notei sua chateação e notei que você tem mostrado sentimentos para comigo, te respeito e tenho carinho por você, por todos vocês. Mas de longe o que está acontecendo... Ou melhor, não acontecendo com a gente é por causa do Eros. Você mesmo sabe, você mesmo disse, isso aconteceu por que essa é a habilidade dele. Sei o que ele faz e posso usar contra, mas não sou imune. Porém, é longe de ser isso daí em está pensando.

Ikaris se aproxima, colocando ambas mãos no meu rosto, tão próximo que franzo minha testa, estranhando com sua aproximação.

— Gostaria de acreditar em você. — fala baixinho olhando nos meu olhos. — Espero que ele não te cause danos, mesmo que não seja quem o teu coração escolheu, sou capaz de acabar com ele por te magoar. — Ikaris beija o topo da minha cabeça, sendo delicado com o seu toque se afastando devagar, saindo e sumindo das minhas vistas.